Se o vendanovense José Evaldo Caliman, 47, tem uma dica para quem produz cafés especiais é nunca perder tempo. Ele é muito precioso no meu dia-a-dia. Ganhador da edição 2004 do Prêmio Cafuso UCC, Evaldo tem gosto pelo que faz e investe sempre para ter um produto de qualidade.
Quem chega na sua propriedade, em Lavrinhas, não tem dúvidas de que a qualidade do café é para todos, até para o pequeno produtor. O cafeicultor e mais cinco irmãos dedicam 10 hectares à cultura, sendo 5 ha em Venda Nova e a outra metade em Rancho Dantas, Brejetuba.
Em 2002, os Caliman compraram um descascador de pequeno porte e passaram a enviar amostras para concursos. Evaldo conta que o retorno foi imediato: naquele mesmo ano ganhou R$ 3 mil, teve a mesma premiação em 2003, até conquistar a premiação máxima de R$ 20 mil em 2004. Aproveitei o grão bem maduro, que alcançou qualidade superior. Nem esperava ganhar, foi uma surpresa.
Com o dinheiro, Evaldo e os irmãos Dimas, João, Tércio e Édmo investiram em equipamentos. Quem não acompanha o desenvolvimento da tecnologia fica para trás. Não tem rentabilidade, destaca. A estrutura básica já existia e acrescentou-se a ela um lavador mecânico.
Tecnologia impensável para agricultores como o patriarca Marino Caliman, 74, que ajuda a mexer o café no terreiro e incorporou ao seu repertório a palavra exportação. Foi necessário, pois o café de sua família chegou ao outro lado do mundo.
* Por Leandro Fidelis
– Faltam dois dias para a entrega da premiação do Cafuso/UCC 2006. Amanhã, veja como a presença feminina é forte na cafeicultura das montanhas.
*Publicada em 01/12/2006.