´Morto-vivo´ se diverte com história

•Por Leandro Fidelis

José Batista Adriano foi hoje de manhã, vivinho da Silva, à Delegacia de Venda Nova. Desde que um corpo foi enterrado como sendo o seu, o artesão de 44 anos virou notícia em todo o Estado. Só ontem ele apareceu, em Itaoca (Cachoeiro), do jeito que saiu de casa no último dia 12.

“Estranhei toda aquela movimentação quando cheguei ontem. Teve gente que veio me apertar para ter certeza de que estava vivo. Ainda disse: ´vocês vão ter que me engolir´”, contou, em tom de brincadeira, ao repórter da FMZ em entrevista ao vivo hoje. Desde a separação da mulher, ele vivia com os pais em Itaoca e está habituado a ficar até três meses fora para vender artesanato.

O pai, o aposentado Francisco Adriano, 80, disse que semana passada, uma filha passou mal durante o enterro. Ontem, foi a vez da mulher Arcilia da Silva, 75, dar um susto nos familiares. “Ficamos abismados quando vimos José Batista. Minha mulher ficou de pernas bambas”, relatou. “Ele some, mas nunca me pregou uma peça dessas”.

Além do artesão, o pai e a irmã Maria da Penha foram ouvidos pela delegada Maria Elisabete Zanoli. No entanto, toda a confusão começou com o cunhado Vantuil de Souza e a outra irmã, Rosa Rita. Foram eles que reconheceram o cadáver no Instituto Médico Legal- IML de Vitória. Os dois vão contar sua versão amanhã à polícia.

O corpo na verdade é de um homem atropelado dia 17 deste mês na BR-262, na saída de Venda Nova para Vitória. Por volta de 9h15, um caminhão o atingiu. Ele estava sem documentos, o que dificultou seu reconhecimento.

Ao ver a reportagem exibida na TV, Rosa Rita, que mora em Vila Velha, pensou ser de José Batista por causa de um chinelo próximo ao corpo. Apesar do perfeito estado do rosto da vítima e do cabelo mais curto, ambos afirmaram ser o artesão por causa de uma cicatriz no nariz.

Quinta-feira da semana passada, o caixão permaneceu fechado no velório. A mãe do artesão teria pedido para ver o filho e abriram uma fresta.

A cabeça estava um pouco de lado e o rosto apresentava sinais da necrópsia. Ela teria estranhado os cabelos mais curtos, mas uma filha garantiu que a funerária os havia penteado para trás ao arrumar o corpo.

De volta à estaca zero

De acordo com a delegada, o processo para cancelar o óbito de José Batista está no mesmo inquérito que apura o atropelamento na 262. A Justiça deve pedir a exumação do cadáver para recolher material para exame de DNA.

A identidade do homem enterrado no lugar de José Batista ainda é um mistério. O comentário é de que se trata de um andarilho. Nenhum parente ou amigo comunicou o desaparecimento em qualquer delegacia do Estado.

O cunhado e a irmã de José Batista só serão processados se a Justiça comprovar que houve má fé na identificação do cadáver no IML.

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