Produtos capixabas na mira da certificação internacional

O Espírito Santo poderá ser conhecido internacionalmente como a terra do inhame, do socol e da carne de sol. Os três produtos tipicamente capixabas estão com procedimentos abertos no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para conquista do Certificado de Indicação Geográfica- IG, que identifica internacionalmente a região de origem do produto.

 

Ess é a mesma certificação conquistada em 2012 pelo cacau produzido no município de Linhares, sendo até então o único produto da agropecuária do Espírito Santo e o único cacau do território nacional a possuir tal reconhecimento.

 

“O objetivo é fazer com que as pessoas e o mundo reconheçam nossos produtos e saibam a origem deles. Esse reconhecimento é muito importante para o nosso Estado, pois vamos conquistando os consumidores pela qualidade oferecida. E não queremos ficar apenas no Espírito Santo, vamos continuar levando o agroturismo capixaba para todo o Brasil e o mundo. O agroturismo e as atividades não agrícolas são importantes geradoras de renda e emprego nas áreas rurais de nosso Estado”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.

 

Os três produtos contam com novas marcas específicas para destacar a produção capixaba no mercado. A novidade foi apresentada no grupo de trabalho formado pelas secretarias de Estado da Agricultura (Seag) e do Turismo (Setur), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Instituto de Inovação e Tecnologias Sustentáveis (Inovates) e associações dos produtores.

 

O município de Venda Nova do Imigrante se destaca pela produção do socol. O produto é um aperitivo feito com lombo de porco, sal, pimenta e alho. Antigamente era produzido na Itália e com o passar dos anos, a produção esquecida no Brasil foi resgatada pelas mãos de algumas famílias descendentes de italianos nas montanhas capixabas.

 

Cacilda Caliman, ou “Tia Cacilda” como é conhecida, é de uma família tradicional de Venda Nova do Imigrante e conta que a produção do socol mudou a vida de da família. “Começamos a produzir o socol e consegui tirar meu filho do cabo da inchada. Tiramos nosso sustento da venda do produto”, comenta.

 

Além do socol, o inhame e a carne de sol também estão com “raízes” no Espírito Santo.  O “Inhame de São Bento” é a espécie cultivada, principalmente na região de São Bento de Urânia, em Alfredo Chaves. Durante o plantio do tubérculo, o uso de insumos é menor do que as outras espécies. “Com essa nova marca, vamos fazer com que os consumidores reconheçam nosso produto no mercado, não só aqui no Espírito Santo, mas no Brasil e até no mundo”, ressalta o produtor Jandir Gratieri.

 

Já a carne de sol é um produto típico dos municípios de Montanha, Pinheiros, Ponto Belo e Mucurici, no extremo Norte do Estado. Os terrenos planos, sem morros, característicos da região evitam que o gado faça muito esforço, desenvolvendo músculos. O preparo da carne leva apenas sal e, diferentemente da cultura popular, depois é levada para curtir fora da exposição ao sol.

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