Por Leandro Fidelis
O Corpo de Bombeiros de Marechal Floriano está se desdobrando para atender aos inúmeros chamados de queimadas na Região Serrana. A irresponsabilidade de alguns agricultores somada à seca que castiga o Estado é a maior causa.
Ontem, por volta das 17h30, a reportagem da FMZ acompanhou os trabalhos em São Roque, zona rural de Venda Nova, onde o fogo se alastrou, destruindo florestas de mata atlântica no entorno das propriedades.
Tem dia que atendemos até a cinco chamados. Saímos às 8h da unidade e só retornamos às 22h até concluir os trabalhos, disse um soldado de um grupo de seis deslocado para São Roque. Um técnico do Idaf deu apoio ao grupo.
Como as queimadas ocorrem em localidades altas, muitas vezes os bombeiros não conseguem chegar com o carro tanque. Entram em cena equipamentos como o abafador, uma tira de borracha com um cabo que, em contato com o fogo, retira-lhe o oxigênio, apagando-o. Foi o caso de hoje à tarde, na propriedade de Florindo Avanci.
Desespero
Com ajuda de agricultores, os bombeiros também fizeram aceiros para impedir o avanço das chamas para outras áreas. O agricultor Ezequiel Vinco Colodetti temia que o fogo alcançasse sua propriedade, vizinha a dos Avanci. Não lembro de um incêndio nessas proporções em São Roque, disse.
Já Braz José Schettino perdeu cerca de 4 alqueires com a queimada. Já é a quarta ou quinta vez que alguém ateia fogo na altura do Nico Andreão e se alastra até aqui, conta. Segundo Schettino, as chamas começaram na segunda. Na quarta-feira, ele teria ido ao Idaf alertar para o desastre. Ninguém tomou atitude.
O fogo também destruiu árvores na Fazenda Brunoro, onde a fumaça cobriu as granjas de frango e plantações. Havia sinais de fumaça também na localidade de Santa Justa, já no município de Castelo.
De acordo com o sargento Nóia, a demanda por combates a incêndios florestais tem sido grande em função do longo período de estiagem no Estado. O serviço tem sido quase todo voltado para combater incêndios em vegetação. Estamos reforçando com escala extra para esses atendimentos.
Ainda segundo o sargento, na maioria das vezes o fogo começa com os proprietários abrindo frente para o plantio sem o devido controle.
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