Nutrientes do leite materno são melhor absorvidos pelo bebê do que em leites industrializados – Foto: Divulgação/Asscom Sesa |
Na próxima sexta-feira (1º), começam as comemorações da Semana Mundial do Aleitamento Materno, que vai até o dia 07 de agosto. Durante a Semana, são promovidas campanhas para incentivar as mães a amamentarem seus bebês. O leite materno é essencial nos primeiros anos de vida da criança, de acordo com médicos. Nenhum leite industrializado é tão nutritivo e importante quanto ele.
Marinheira de segunda viagem, a dona de casa Marcilene Lemos dos Santos (25), não tem na ponta da língua todos os benefícios do leite materno, mas sabe o essencial: o leite é muito importante para a saúde do bebê e deve ser o alimento exclusivo da criança até os seis meses de idade. Ela, que acabou de ter a segunda filha, reconhece que o leite industrializado não é o ideal e deve ser dado em último caso. “Não há nada como o leite da mãe. Outros leites podem fazer mal para o bebê”, afirma.
Leites industrializados não suprem tanto o bebê com nutrientes quanto o aleitamento materno |
A pediatra neonatologista Milena Santos Aguiar, do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, explica que, na verdade, leites industrializados podem ser necessários em alguns casos, mas eles nunca suprem as necessidades do bebê de forma completa como o leite da mãe. Ela ressalta a importância do colostro, o leite que a mulher produz nos primeiros dias após o parto.
“O colostro é muito rico em imunidade para a criança. Por isso, é essencial que, desde a primeira hora de vida, ainda na sala de parto, o bebê vá para o peito da mãe”, enfatiza a especialista, que tem como rotina no hospital esclarecer dúvidas e orientar as mamães sobre o aleitamento.
A pediatra detalha que a amamentação aumenta as defesas do organismo do bebê, reduzindo bastante o potencial de ele desenvolver quadros infecciosos e alérgicos graves, além de ajudar no crescimento do intestino da criança. “Um intestino bem desenvolvido absorve melhor os alimentos e fica mais protegido contra intolerâncias alimentares”, comenta a médica, enfatizando que o leite materno também protege o intestino do bebê contra o ataque de bactérias que são comuns no trato intestinal, mas que podem, em determinadas situações, causar diarreia.
Rico em ferro
Na lista de benefícios do aleitamento, a pediatra destaca ainda a suplementação de ferro, nutriente que reduz a chance do surgimento da anemia. A doença preocupa bastante as mães dos pequenos, que têm razão em ficarem alertas. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a anemia ferropriva (causada pela carência de ferro) ocorre entre 40% e 50% das crianças menores de 5 anos.
A nutricionista Bruna Ferrari Tresmann argumenta que a forma química como o ferro e o cálcio se apresentam no leite materno permitem uma ótima absorção do nutriente pelo organismo do bebê, favorecendo a saúde da criança. Já nas fórmulas industrializadas, esses dois componentes disputam para ver quem será mais bem absorvido e, nesses casos, o ferro fica em desvantagem.
“Além de ser mais rico em ferro do que o leite de vaca, o alimento materno permite que o organismo da criança absorva melhor o nutriente, um dos motivos pelos quais ele continua sendo importante para a criança após os seis meses e pelo menos até o segundo ano de vida”, explica a nutricionista.
Para as mulheres que ainda têm dúvidas sobre a qualidade do seu leite, a pediatra Milena Santos Aguiar afirma que não há motivo para preocupação. Segundo a médica, uma pessoa muito desnutrida provavelmente não terá leite de tanta qualidade. Porém, mesmo mães que não têm uma alimentação tão balanceada, possuem um leite rico.