Colesterol: risco não é exclusivo de quem está acima do peso

Alimentos gordurosos devem ser evitados/Foto: Reprodução/Flickr

Na última sexta-feira (08), foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. Essa substância, que ajuda na formação da membrana das células do corpo e é base para produção de hormônios sexuais, quando em excesso, ajuda na formação de placas de gordura na parede das artérias. Isso dificulta a passagem do sangue, elevando o risco de enfarte, acidente vascular cerebral, entre outras doenças cardiovasculares.

Queijos brancos são mais saudáveis que os amarelos/Foto: Reprodução/Flickr

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que o controle do colesterol reduz em 20% as chances de ocorrência de derrame, diminui 33% de risco de infarto e até 25% do risco de morte por essas doenças. Só neste ano, até maio, 9.156 internações foram registradas no Espírito Santo por problemas cardiovasculares.

A cardiologista Simone Fialho, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), explica que é consenso entre os especialistas que o aumento do colesterol no sangue, juntamente com o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e a hipertensão arterial são os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, responsáveis por cerca de 300 mil mortes por ano no Brasil.

A campanha deste ano da Sociedade Brasileira de Cardiologia contra o colesterol aponta que pelo menos 80% das mortes prematuras podem ser evitadas por meio de dieta saudável, atividade física regular, restrição ao tabaco e ao álcool e pelo controle efetivo da pressão arterial.

A preocupação dos especialistas em conscientizar sobre os fatores de riscos não se restringe aos adultos. O excesso de frituras e consumo de alimentos industrializados por crianças e adolescentes também contribui para o aumento do chamado colesterol ruim (LDL) no sangue.

Saiba mais sobre o colesterol

O colesterol é um tipo de gordura presente em grande parte dos alimentos, sobretudo na carne vermelha. Ele se divide em dois tipos. O LDL, mau colesterol, é absorvido pelos vasos sanguíneos e gera a placa de gordura que causa obstrução. O HDL, ou bom colesterol, retira o colesterol ruim da parede do vaso e o leva para o fígado, onde é metabolizado.

“Muita gente pensa que só quem está com excesso de peso pode estar com o colesterol elevado, mas não tem a ver com peso e sim com má alimentação. Quem abusa do consumo de frituras, biscoitos, sorvetes, alimentos preparados com gordura animal ou hidrogenada está contribuindo para formação de placas de gordura em suas artérias”, observa Simone Fialho.

A cardiologista lembra que somente por meio de exame de sangue é possível saber se a pessoa apresenta níveis alterados de colesterol, uma vez que a doença não apresenta sintomas. Para prevenir, a médica orienta o consumo de fibras: verduras folhosas, aveia, linhaça, massas integrais. “A fibra ajuda a diminuir a absorção da gordura e é eliminada naturalmente com o excesso”, relata.

O tratamento, na maioria dos casos, é adotar hábitos alimentares mais saudáveis e fazer exercício físico regulamente. “Para deixar de ser sedentário é preciso fazer atividade aeróbica durante 30 minutos, cinco vezes por semana. O exercício físico mantém o metabolismo acelerado, o que a ajuda a emagrecer, ou seja, a eliminar a gordura em excesso (o colesterol ruim) e aumentar as taxas do bom colesterol (HDL), que protege o coração”, afirma a cardiologista.

É importante destacar, também, que os casos que não se resolvem com a mudança do estilo de vida (dieta e exercícios) necessitam de tratamento medicamentoso.

HDL e LDL

O colesterol é formado por frações (partes) e as duas mais importantes são:

HDL – colesterol “bom”: devido ao seu fator protetor, ajuda a remover o excesso do colesterol “ruim” do sangue e reduz o risco de formação de placas de gordura. Quanto maior a quantidade, melhor!

LDL – colesterol “ruim”: contribui diretamente para a formação de placas de gordura, indicando risco aumentado de infarto, derrame cerebral e entupimento das artérias das pernas. Quanto menor a quantidade, melhor!

Lembre-se: o colesterol alterado tem controle, por isso é muito importante seguir as recomendações do seu médico e dar continuidade ao tratamento!

O que comer

Colesterol pode fazer mal para o coração/Foto: Reprodução/Flickr

Carne: prefira carnes magras (coxão mole e duro, lagarto, patinho, músculo). Evite carnes gordas (picanha, cupim, costela e miúdos como língua, coração, fígado).

Aves: prefira peito de peru, chester sem pele. Evite aves com pele.

Peixes: prefira sardinha fresca, atum, pescada, truta, linguado, salmão, merluza. Evite frutos do mar como marisco, camarão, lagosta, lula.

Ovos: prefira clara de ovo. Evite gema de ovo, ovo de codorna.

Laticínios: prefira leite semidesnatado/desnatado, iogurte desnatado/light, margarina, creme de leite light; queijo branco, ricota ou cottage; requeijão e cream cheese light. Evite manteiga, queijos amarelos, capuccino.

Pães, cereais e massas: prefira pão integral/light/francês/sírio, biscoitos integrais, de água e sal, massas ao sugo, arroz integral. Evite pão doce/recheado/folhado/croissant, biscoitos recheados, wafer, massas com molho branco e gratinados, farinhas refinadas.

Açúcares e doces: prefira adoçantes, barra de cereal light, gelatina ou pudim diet, frutas cozidas. Evite açúcar, mel, açúcar mascavo, bolos, tortas, doces, balas, sorvetes cremosos, chocolates, pudim, quindim.

Óleos e gorduras: prefira óleos vegetais (canola, soja, girassol e milho), azeite, oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, amendoim). Evite óleo de coco, de dendê, bacon, torresmo, maionese, patês.

Bebida: prefira água de coco, chás, sucos naturais, sucos artificiais sem açúcar, refrigerantes diet/light. Evite refrigerantes, sucos artificiais e bebidas alcoólicas.

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