Os 78 municípios capixabas estão prontos para começar a vacinação das gestantes contra coqueluche a partir desta segunda-feira (03). Todos já receberam a sua parte do total das 16,5 mil doses iniciais enviadas pelo Ministério da Saúde (MS) para o Espírito Santo. As mulheres grávidas passam a ser vacinadas para que o bebê nasça imune à doença.

A preparação dos municípius incluiu ainda uma reunião de orientação com o Programa Estadual de Imunização realizada no início do mês. “Abordamos características da doença, esquema vacinal, precauções, contraindicações, efeitos adversos e estratégia de imunização”, explica a coordenadora do Programa, Danielle Grillo.

A partir de hoje (03), as gestantes que se enquadram no perfil de vacinação já poderão se dirigir às unidades de saúde municipais. “As 16,5 doses iniciais são suficientes para implantação da vacinação, mas vamos receber mais cotas mensais”, afirma a coordenadora.

A projeção é que o Espírito Santo receba anualmente um total de 66 mil doses para contemplar um público-alvo estimado em pouco mais de 52 mil mulheres grávidas por ano.

A vacinação

O principal objetivo da imunização é proteger os recém-nascidos. A vacina na mãe estimulará a produção de anticorpos e a transferência deles ao feto durante a gestação. A ação também contemplará profissionais de saúde que têm contato direto com bebês, como aqueles que atuam em maternidades e em Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (Utins). O objetivo é formar uma barreira contra a doença. Nesse caso, a ação será realizada no serviço de saúde.

Entre 2011 e 2013 foram confirmadas no Espírito Santo 2.307 pessoas com coqueluche em todas as idades, sendo 838 casos em crianças menores de um ano. Essa faixa etária foi a mais acometida, o que corresponde a 36% dos registros. Nesse mesmo período, 11 mortes foram causadas pela doença. Desse total, sete ocorreram em bebês com menos de dois meses de vida, representando 63% dos óbitos.

De acordo com Danielle Grillo, a coqueluche é difícil de ser identificada em adolescentes e adultos e eles podem passá-la sem saber para os recém-nascidos, que apresentam maior risco de desenvolver complicações, incluindo óbitos.

Público-alvo

A vacina estará disponível nas unidades básicas de saúde ao longo de todo o ano e deverá ser aplicada em mulheres comprovadamente grávidas, preferencialmente entre a 27ª e 36ª semana de gestação. O último trimestre de gravidez gera maior concentração de anticorpos maternos para serem transferidos ao bebê.

Porém, dependendo do caso, poderá ser administrada até 20 dias antes do parto. Além disso, gestantes que moram em lugar de difícil acesso poderão receber a dose a partir da 20ª semana de gravidez. A vacina (dTpa tipo adulto) é considerada segura e protege também contra difteria e tétano.

A imunização deverá ser realizada toda a vez que a mulher ficar grávida, mas vale ressaltar que não substitui o atual esquema vacinal para as crianças menores de sete anos, que traz proteção mais duradoura.

Serviço

Inclusão da vacinação contra a coqueluche para gestantes no calendário nacional de imunização

– Quando: a partir desta segunda-feira (03)

– Onde: em todo o Brasil; em unidades básicas de saúde de todos os 78 municípios capixabas

– Quem: gestantes comprovadamente grávidas e profissionais de saúde que atendem diretamente recém-nascidos

– Como: a vacina será aplicada preferencialmente em mulheres grávidas entre a 27ª e 36ª semana de gestação. Dependendo do caso, poderá ser administrada até 20 dias antes do parto. Gestantes que moram em lugar de difícil acesso poderão recebê-la a partir da 20ª semana de gravidez.