Mudanças simples dentro de casa podem melhorar a qualidade de vida e a segurança daqueles que chegaram à terceira idade. O cuidado no local onde os vovôs vivem é muito importante. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, de cada dez acidentes com idosos, oito acontecem no ambiente doméstico. O principal tipo desse tipo de ocorrência é a queda da própria altura, que ocorre em sete de cada dez acidentes com pessoas idosas.
A referência técnica do Programa Estadual de Saúde do Idoso, a médica geriatra Janaina Alvarenga, informa que os idosos foram as vítimas em aproximadamente 25% das internações por queda registradas nos hospitais públicos do Espírito Santo no ano passado.
De acordo com Janaina, esse tipo ocorrência torna-se comum com o passar da idade porque aumentam os fatores de risco, como fraqueza muscular, uso de medicamentos que podem causar tontura, como ansiolíticos e remédios que auxiliam no sono, enfraquecimento dos ossos pela osteoporose e redução do equilíbrio.
Cair, no entanto, não é algo natural no processo de envelhecer e pode ser evitado, afirma a médica. Para isso, é preciso reduzir as situações de perigo. A geriatra alerta que cômodos mal iluminados, piso molhado e objetos mal posicionados na casa ou espalhados pelo caminho são situações que favorecem as quedas.
Ela explica que o idoso pode cair ao enrolar o pé no tapete, por exemplo, escorregar no chão do banheiro ou esbarrar em algum móvel. Situações assim acontecem com frequência e podem, segundo a geriatra, trazer consequências físicas, que vão desde escoriações e contusões à fraturas.
As quedas, de acordo com a médica, também podem gerar sérias repercussões emocionais. “Muitas pessoas sofrem quedas repetidamente, podendo levar a uma perda da autoconfiança, baixa da autoestima, insegurança ao andar e tendência a imobilidade, o que pode interferir na realização das atividades diárias”, explica.
Por que se preocupar
De acordo com o ortopedista João Carlos Teixeira, do Hospital Estadual Central, em Vitória, a fratura do punho é o trauma mais comum entre os idosos que sofrem quedas, uma vez que, ao cair, a tendência é que a pessoa se apóie com as mãos, elevando o peso sobre a região.
As fraturas do punho e do ombro são, porém, menos complicadas de tratar, pois segundo o médico, nem sempre têm indicação cirúrgica e não afetam a mobilidade do corpo.
O mais preocupante, de acordo com o especialista, é quando ocorre fratura do fêmur, pois a cirurgia é complexa e o paciente pode ter complicações no pós-operatório, dependendo de suas condições prévias de saúde.
“A fratura de fêmur é um complicador para os pacientes que já possuem diabetes, problemas cardíacos, Mal de Parkinson, Alzheimer e outras doenças. Quanto mais idosa a pessoa for e quanto mais debilitada estiver sua saúde, maiores são os riscos e a dificuldade de recuperação”, detalha.
Saiba como arrumar a casa para evitar quedas
– Melhore a iluminação dos ambientes e instale interruptores de luz na entrada das dependências para que não haja necessidade de andar no escuro;
– Abra os espaços: a disposição da mobília de forma inadequada atrapalha a locomoção e, quando instáveis, os móveis não servem como apoio;
– Certifique-se de que a cama onde o idoso dorme tenha altura segura, de forma que ele consiga subir e descer facilmente;
– Mantenha fios de telefone, elétricos e de ampliação fora das áreas de trânsito;
– Tenha sempre em casa uma escada estável, do tamanho adequado e em bom estado para ser usada quando o idoso precisar acessar armários altos;
– Evite mesas de centro muito baixas.
– Instale corrimãos com altura adequada por toda a extensão da escada e em ambos os lados, e não deixe malas, caixas ou qualquer tipo de bagunça nos degraus;
– No banheiro, coloque um tapete antiderrapante ao lado da banheira ou do box e, quando necessário, instale barras de apoio nas paredes;
– Não use tapetes pequenos e capachos em superfícies lisas;
– Repare carpetes soltos, pois a pessoa pode tropeçar, e tenha cuidado com dobras e bordas de tapetes.