Estiagem pode provocar queda na safra de café no Espírito Santo

Safra reduzida é resultado de vários fatores combinados – Foto: Divulgação/Incaper

Uma combinação nada produtiva de estiagem, altas temperaturas e a insolação, associadas a outros fatores, deve provocar queda na safra de café do Espírito Santo. As informações são do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Segundo o pesquisador do Instituto e coordenador do programa estadual de cafeicultura, Romário Gava Ferrão, a queda na safra de café Conilon já era esperada, mas a situação se agravou por conta da seca. Também há previsão de queda na safra do café Arábica.

“O principal problema é a estiagem. Algumas regiões estão há mais de 40 dias sem chuva, enfrentam temperaturas bastante elevadas e insolação. Isso leva ao estresse da planta e do ambiente. Mais da metade do Conilon plantado no Espírito Santo é irrigado, mas os reservatórios baixaram muito. Esta época de seca coincide justamente com a fase em que a planta demanda mais água, que é a do enchimento de grãos”, explica Ferrão.

Na primeira estimativa de safra divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com base nos dados apurados em novembro e dezembro de 2014, estimou-se uma perda na ordem de 10%, podendo chegar a 15%. Esta queda na produção já era esperada devido, principalmente, a três fatores. 

O primeiro deles é o fato de o café ser uma planta bienal, ou seja, em um ano produz mais, no outro menos. No caso do Conilon, como foi registrada uma safra recorde no ano passado, já era de se esperar uma produção um pouco menor este ano.

O segundo motivo para a redução na safra foi a frente fria prolongada (mais de 10 dias) com vento forte e muito frio, que atingiu o Estado na época do florescimento (agosto-setembro) nas principais regiões produtoras do Espírito Santo. Isso provocou queda de flores, de folhas e interferiu na fertilização da flor (formação do embrião do fruto).

Por fim, houve falta de água na época da formação dos frutos (novembro–dezembro. Não choveu a quantidade necessária para a formação dos grãos, e o desenvolvimento dos frutos foi comprometido. Muitos chegaram a cair do pé.

Esses três fatores associados à estiagem devem provocar uma queda ainda maior do que a prevista na safra de café do Espírito Santo. A produção capixaba de Conilon, que em 2014 bateu recorde com 9,9 milhões de sacas colhidas, este ano deve ser de 8,5 milhões.

Quanto ao Arábica, havia, para este ano, a expectativa de uma safra um pouco maior do que a de 2014. Apesar da previsão de alta, a falta de água e as altas temperaturas podem provocar uma queda na safra deste ano. As estimativas só devem ser confirmadas entre os meses de abril e maio. “Os técnicos do Incaper vão a campo quantificar tudo isso. Só depois, quando for divulgada a segunda estimativa de safra, será possível confirmar se houve ou não essa maior perda”, pontuou Ferrão.

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