"Está tudo muito caro". Difícil encontrar alguém que não tenha ouvido (ou falado) essa frase nos últimos dias. Não é para menos. Desde 1996 os brasileiros não enfrentam uma inflação tão alta para um mês de junho. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o termômetro dos aumentos (ou quedas) de preços, chegou a 0,79% este mês, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na prática, isso significa que está "sobrando mês no salário do brasileiro", que vai às compras e encontra tudo mais caro.
Dando uma olhada nos últimos dozes meses, quer dizer, de julho do ano passado a junho deste ano, o índice ficou em 8,89%, a maior taxa desde 2003. Para mostrar em números o que o consumidor já sente no dia a dia, somente os grupos alimentação e bebidas, habitação e transporte respondem por 71% do impacto da inflação no bolso do brasileiro.
Entre os produtos que empurraram a inflação para as alturas, estão passagens aéreas, produtos de limpeza, aparelhos de TV, som e informática. A cebola, aliada nas receitas deliciosas da família, também se tornou vilã para os consumidores país afora: teve alta de 23,78% em junho.
Sobre o IPCA
O IPCA é o indicador oficial do governo para aferição das metas inflacionárias. O índice mede a variação do custo de vida das famílias com chefes assalariados e com rendimento mensal compreendido entre um e 40 salários mínimos mensais.
Em junho, ficou em 0,79%, acima da taxa de 0,74%, registrada no mês de maio. Com esse resultado, o primeiro semestre do ano fechou em 6,17%, mais do que os 3,75% do primeiro semestre de 2014, registrando a taxa mais elevada para o período de janeiro a junho desde 2003 (6,64%).
Foto: Marcos Santos/ USP Imagens