Crise econômica: Coroa estuda reduzir jornada de trabalho dos funcionários a partir de agosto

Redação Rádio FMZ

 

A fim de evitar demissão de trabalhadores qualificados, a Refrigerantes Coroa planeja adotar, a partir de  agosto, a redução de 20% na jornada mensal de trabalho dos funcionários. O acordo afetará cerca de 100 trabalhadores da área de produção da empresa e poderá valer entre três e seis meses, segundo o presidente do grupo, Ulisses Pincelli. A ideia é incorporar apenas trabalhadores da produção, mas não está descartado um acordo também junto aos trabalhadores do administrativo. A fábrica do grupo fica em Campinho, Domingos Martins.

 

Ainda não está definido como será a redução dos salários dos trabalhadores. Se o setor for incluído na regulamentação da Medida Provisória 680, o chamado Programa de Proteção ao Emprego (PPE), metade das perdas serão ressarcidas pelo governo, por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).  

 

Um exemplo é um funcionário com salário de R$ 2 mil. Se for confirmada a redução de 20% e adesão ao PPE, esse funcionário receberá da empresa o valor de R$ 1,6 mil e o governo fará um complemento de R$ 200. Ao final o trabalhador terá recebido R$ 1,8 mil (R$ 1.600 + R$ 200), o que significa, na prática, uma redução de 10% nos ganhos mensais.  O PPE permite a redução da jornada de trabalho em até 30% e, para valer, empresas e trabalhadores têm que firmar um acordo coletivo. 

 

A Medida Provisória está valendo, mas não funciona na prática, porque falta regulamentar. O governo criou um comitê pra definir quem é que pode aderir e quais setores podem participar do programa. A previsão é de que essa regulamentação saia até o fim do mês de julho.

 

Portanto, na hipótese de o setor não ser contemplado com a regra do governo, o trabalhador teria perdas maiores, e o salário final teria queda de 20%, seguindo o mesmo patamar da diminuição da carga horária. Um salário de R$ 2 mil, portanto, passaria para R$ 1,6 mil. 

 

"Nosso desejo é preservar os empregos e nossa última saída seria a demissão. Mas temos que adequar a empresa às suas próprias possibilidades. Teremos conversas esta semana com o sindicato dos trabalhadores para tentar negociar essa redução. Esperamos o bom senso do sindicato, já que nossa intenção é manter os postos de trabalho. Protelamos ao máximo essa decisão, acreditando em uma recuperação da economia. Mas o segundo trimestre foi muito ruim e acendeu a luz vermelha. E julho está sendo o mês de trabalhar e negociar os ajustes", disse o presidente do grupo, Ulisses Pincelli.

 

Impactos

Assim como outros setores da economia,  o setor de bebidas também amargou perdas no primeiro semestre do ano. "Tivemos queda de demanda na ordem dos 10%. Fizemos um trabalho consistente nos últimos anos para racionalizar os custos, economizar energia, mas não conseguimos segurar as altas. Para dar uma ideia, tivemos aumento de 8% a 10% nos custos só no primeiros semestre deste ano. É preocupante porque, com o mercado desaquecido, não podemos repassar ao consumidor o aumento nos gastos, então nossas margens estão deprimidas. É um problema de todos os setores da economia", explica Pincelli. 

 

Uma das maiores indústrias do setor de bebidas do país, o Grupo Coroa representa mais de 20% do mercado do Espírito Santo e também está presente nos Estados da Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais, em um total de mais de 40 mil pontos de venda. 

 

A empresa produz os refrigerantes Coroa, Friish e Iate. Também faz parte de sua produção a Água Campinho e, desde 2010, se tornou representante oficial da Ice Cola, marca internacional de refrigerante no sabor “cola”.

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