Fernanda Zandonadi
Se a estiagem persistir pelos próximos 20 dias, a prefeitura de Conceição do Castelo vai decretar estado de emergência. Segundo o prefeito do município, Saulo Belisário, as comunidades rurais já sofrem com a seca e o manancial que abastece a área urbana já está no limite mínimo que permite a captação.
"Em Santa Luzia, o córrego que abastecia uma pequena estação de tratamento secou. Estamos enviando o carro-pipa a cada dois dias para encher o reservatório e abastecer as caixas das 180 famílias. As nascentes estão secando e quando há irrigação irresponsável nas áreas mais altas, a situação piora. Se a estiagem persistir nos próximos 20 dias, teremos que decretar situação de emergência", afirma o Belisário.
No site da prefeitura, uma nota pede que a população poupe água. "Algumas comunidades rurais já estão enfrentando a falta de água, são elas: Santa Luzia, Montevideo, São José da Bela Vista, Alto Ribeirão da Conceição e Ribeirão da Conceição", relata a nota, que diz ainda que a bacia que forma o Rio Castelo está abaixo dos dois terços de seu volume normal e encontra-se no limite de captação de água.
Manancial que abastece a cidade está abaixo dos dois terços de seu volume normal e encontra-se no limite para captação de água
A falta de água é tão grave no interior da cidade que muitos agricultores e pecuaristas estão solicitando à prefeitura o uso da retroescavadeira. A ideia é abrir mais os pequenos lagos que ficam no meio das vargens, e com isso encontrar a água, para que os animais possam matar a sede.
"Nunca vi uma situação tão crítica. Muitas pessoas na ciade falam que na década de 1950 aconteceu uma seca muito severa. Mas naquela época as cidades eram menos populosas".
Além da crise da água, a turbulência financeira também é motivo de preocupação, segundo Belisário. "Perdemos repasses em torno de 1,8 milhão para investimentos. Se até fevereiro a crise também persistir, teremos um problema sério de folha de pagamento, de não ter como fazer investimento algum".
Fotos: ascom/PMCC