Entressafra e seca fazem preço do leite subir no Estado

A entressafra de leite e a seca que atinge o Espírito Santo aparecem como as principais responsáveis pelo encarecimento do leite e seus derivados. A expectativa é que alta no preço permaneça até outubro, quando se inicia o período de chuvas.

 

De acordo com o gerente de Aquicultura, Pesca e Produção Animal da Secretaria de Estado da Agricultura da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Anderson Baptista, diante deste cenário os animais apresentam uma produção menor, em função da redução da pastagem para alimentação.

 

 “O que impacta é a seca, que tem atingido o Espírito Santo, e a entressafra, que ocorre entre os meses de abril e setembro, que é um período de estiagem. A partir de outubro, quando acaba a entressafra, o preço deve ter uma retração”, explicou.    

 

Por conta destes fatores, a produção do leite diminui e pressiona o preço.  Em 2014, a quantidade produzida foi de 500 milhões de litros e, no ano passado, caiu para 450 milhões de litros. No primeiro trimestre de 2016 a quantidade foi de 111 milhões de litros, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contudo, nos próximos dois trimestres a quantidade deve registrar uma diminuição por conta dos fatores climáticos, segundo Anderson Baptista.

 

Com relação ao preço médio no país, cada litro pago ao produtor ficou em R$ 1,33 no mês passado, com uma alta de 4,92% com relação a maio, quando o preço ao produtor foi de R$ 1,26, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Cepea/Esalq).

 

Já comparado a janeiro, quando comercializado a R$ 1,06, o aumento do preço ao produtor acumula 25,5%. ”Não tendo pasto, em decorrência da seca, o produtor passa a ter gasto maior com silagem e ração para alimentar os animais”, acrescenta o gerente de Aquicultura, Pesca e Produção Animal da Seag.

 

Os derivados do leite, como o queijo, também sofrem o reflexo da alta do preço. “Para se fazer um quilo de queijo se utiliza, em média, nove litros de leite”, pontuou Anderson Baptista.

 

ICMS do Milho

 

Em maio deste ano, o governador Paulo Hartung aprovou o Projeto de Lei que isentou a cobrança de ICMS na importação de milho. A medida atendeu a uma solicitação feita pelos produtores capixabas de aves, bois e suínos, que vinham sofrendo com a alta do preço do produto no mercado interno e com a ameaça do desabastecimento. A importação com a isenção do imposto vai garantir a competitividade dos setores no Espírito Santo, que consomem cerca de 750 mil toneladas de milho por ano.

 

O preço do milho no mercado interno aumentou mais de 60% no último ano, 31% somente nos últimos seis meses. O milho é o componente predominante das rações das aves e suínos, correspondendo a 70% do insumo necessário para a produção de carnes e ovos. Além disso, ele também faz parte da alimentação suplementar de bovinos, devido às reduções de pastos diante da seca.  O Estado produz apenas 10% do milho utilizado pelos setores de avicultura e suinocultura. O restante vem da região Centro-Oeste.  A importação é taxada em 12% de ICMS.

 

Os produtores capixabas já compraram 25 toneladas do produto da Argentina. O primeiro navio com o carregamento deve chegar este mês ao Estado. A expectativa, se tudo ocorrer bem, é de que até o final do ano, mais seis ou sete navios tragam o milho importado para o Espírito Santo. 

 

O secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Gomes de Souza Neto reiterou que, mesmo em um momento de crise financeira vivida pelo país, o Governo do Estado está conseguindo, de forma responsável, fomentar o desenvolvimento de vários setores da economia capixaba, como os ligados à produção animal.
 

“Esta medida cumpre mais uma etapa, no sentido de ampliar a competitividade desses setores tão importantes para nossa economia. Vamos poder comprar nosso principal insumo com um preço melhor e tirar a pressão do preço no mercado interno”, destacou.

 

Fonte: ascom/Seag

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