Mais de dez macacos e várias jacupembas já morreram nos últimos anos eletrocutados nos cabos aéreos do sistema de iluminação do Condomínio Parque das Hortênsias, em Soído, Domingos Martins. Nesta quinta-feira (19), mais uma cena deprimente foi assistida pelos 112 condôminos.
Desta vez a vítima da fiação elétrica foi um espécime adulto de “Alouatta seniculus“, mais conhecido como “macaco bugio” ou “barbado”, espécie em extinção. Segundo os moradores, os animais convivem com os condôminos, são bem tratados e inclusive têm passagens em locais por eles próprios escolhidos sobre os cabos elétricos.
“Periodicamente morrem animais, como aconteceu hoje”. A afirmação é do síndico Otávio Guimarães que levará uma solicitação à Escelsa, por meio do Ministério Público Estadual, para que cabos com proteção de borracha substituam os cabos nus.
O primata que morreu nesta manhã, segundo Guimarães, fazia parte de uma manada que passeia pelos bosques do condomínio, sem importar com a presença do morador. “Parece que eles adivinham que queremos protegê-los. Há macacos que entram em residências para alimentar-se e saem tranquilamente”, afirma. A ordem no condomínio é preservar a natureza. “Está no estatuto”.
O encarregado geral do condomínio, Amilton Hand, afirma que os animais parecem socializados e não temem a presença do morador. “Quando acontece uma morte como esta ficamos muito deprimidos. As crianças sofrem quando vêem os animais silvestres sendo sacrificados pelo sistema elétrico do Parque das Hortênsias”, disse.
Amilton informa que as espécies mais comuns da região são o macaco-prego e bugio, sagüi, jacupemba, lagarto, raposa e tamanduá. O terreno tem 14 hectares e é totalmente preservado. “A morte dos animais eletrocutados transformou-se em rotina. Queremos acabar de uma vez com isso”, afirmou.
* Fonte: Folha Vitória