Um aumento na produção de tilápia de 50 para 300 toneladas por ano na região das montanhas. Essa é a necessidade do piscicultor Flávio Wruck, que afirma que absorveria facilmente juntamente com seu irmão Alrindo. Juntos, eles montaram uma unidade de filetagem de peixe (que produz o filé do peixe) na propriedade Sítio do Imperador, que fica em São Bento do Chapéu, Domingos Martins.
Os irmãos investiram R$ 100 mil na construção da unidade e na compra de equipamentos, acreditando no aumento da produção e da comercialização da tilápia. A piscicultura desponta como uma ótima alternativa de renda para as propriedades rurais. Muitos produtores estão iniciando a produção, como é o caso em Marechal Floriano, município que entrou recentemente no projeto “Peixe na Mesa”, desenvolvido em parceria com o Sebrae/ES.
Atualmente o Sítio do Imperador possui 14 tanques e produz cerca de 18 toneladas de peixe a cada ciclo de seis meses. Essa produção, segundo Flávio Wruck, não é suficiente para suprir a demanda de um mês durante esse período. Essa produção não é suficiente para nos atender dois meses por ano se tivéssemos trabalhando com toda a nossa capacidade. Precisamos de mais parcerias com produtores da região para aumentarmos nossas vendas, afirma Wruck.
Para suprir a atual demanda, cerca de 70% dos peixes são comprados de outros produtores. Pelo fato da região ter uma produção tímida de tilápia, as vezes é preciso buscar o pescado em municípios do Norte, como Linhares, São Mateus e Aracruz, e até de outros estados, como Minas Gerais.
A unidade tem capacidade de produzir uma tonelada por dia de peixe. Se operarmos com essa capacidade passaríamos para 300 toneladas de produção/ano. Hoje a região produz cerca de 50 toneladas de peixe por ano. Seria ótimo se houvesse mais produtores interessados em criar peixe, afirma Wruck.
Atualmente é comercializada cerca de cinco toneladas de peixe por semana, o que corresponde a sete mil peixes. Esse número representa 1.500 quilos de filé. O quilo de filé do peixe é vendido entre R$ 14 e R$ 15. A comercialização é feita principalmente em restaurantes e supermercados da região e da Grande Vitória, e ultimamente em quiosques de praia. Além do filé, também é vendido o peixe inteiro, com e sem cabeça, normalmente para serem preparados inteiros em restaurantes e quiosques. Outro produto que está crescendo na procura é o kibe de tilápia.
Como é feito o abate
A unidade, que atende as exigências da Vigilância Sanitária e tem o selo de Inspeção Municipal (SIM), emprega a mão de obra local nos dias de abate, que é feito duas vezes por semana. A pesca é feita por meio de choque térmico. Após a pesca o peixe é colocado em uma caixa com gelo, onde ele morre e mantém suas características originais, como cor, cheiro e sabor.
Logo após ele é levado para a unidade onde é feito a limpeza do peixe. Essa fase é chamada de fase suja, quando é tirado o couro e as vísceras do peixe. O corpinho do peixe, como é chamado o peixe limpo, é depositado em uma caixa térmica com gelo. Após o local ter sido limpo e esterilizado é feito o processamento do filé da tilápia.
Para o abate o peixe tem que ter pelo menos 700 gramas. Ele atinge esse peso entre cinco e seis meses de vida, sendo que no verão o desenvolvimento do peixe é melhor. Os alevinos, filhotes de peixes, são comprados de laboratórios credenciados. Após chegar à propriedade eles são colocados em um tanque chamado de berçário, todo coberto por uma tela para evitar a entrada de pássaros que comem os filhotes. Com a implantação do berçário diminuímos a perda nos primeiros dias de 20% para cerca de 5%, explica Flávio.
Informações pelo telefone (27) 9925-2830.
* Fonte: Nova Comunicação