Mais uma vez, os cafés especiais capixabas fizeram sucesso em valor e qualidade. Esse foi o resultado do 1º Leilão de Nano Lotes de Cafés Especiais Tardios da Indicação Geográfica Montanhas do Espírito Santo. O evento foi realizado no Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi, em Venda Nova do Imigrante, no último dia 28 de janeiro e reuniu mais de 100 produtores de café.
O leilão foi idealizado e coordenado pela Associação de Produtores de Cafés Especiais das Montanhas do Espírito Santo (ACEMES), que é a responsável pela Indicação Geográfica “IG do Café Montanhas do ES”, e a Prefeitura de Venda Nova, através das Secretarias de Agricultura e Turismo, com apoio da Câmara Municipal, além de parceiros e patrocinadores.
O apoiador e coordenador técnico do evento, Rafael Marques que é Q-Grader e Diretor FAF COFFEES Espirito Santo, disse que o objetivo do leilão de cafés especiais tardios é oferecer oportunidades de mercado para os cafés que são colhidos, normalmente, entre outubro e dezembro. “Por serem uma colheita tardia, muitas vezes esses cafés perdem os prazos de exportação, de concursos, e não conseguem ser avaliados e valorizados da forma que eles merecem. Por isso, o evento tem o objetivo de dar um destino para esses pequenos lotes”, explicou Rafael.
O leilão teve transmissão ao vivo pelo Canal Viveiro Terra Viva no Youtube, possibilitando a participação de mais de 350 pessoas, entre elas proprietários de cafeterias e torrefadores.
Segundo o Rodrigo da Silva Dias, presidente da ACEMES, o resultado do leilão de cafés especiais tardios é mais uma amostra do potencial e qualidade dos grãos produzidos nas Montanhas Capixabas. “A realização de eventos como esse vem confirmar a qualidade excepcional dos cafés produzidos na região e que já encantam o mercado mundial de café, a valorização dos produtores que produzem cafés especiais com sustentabilidade, a demonstração do potencial turístico da região aliado à produção de cafés especiais, gerando valorização, aumento de renda e agregação de valor ao produto”, disse Rodrigo.
Rodrigo da Silva Dias, presidente da ACEMES.
Pontuações elevadas
Os cafés obtiveram pontuações bastante elevadas. O 1º colocado conquistou a média (de oito degustadores) de 92,55 pontos, com perfil sensorial de rapadura, melado de cana, caldo de cana extremamente doce, exótico, pêssego, damasco e floral. “Impossível não se encantar com um café assim!”, considerou Rodrigo.
A saca do café que recebeu a 1º colocação é da produtora Liliane Tomazini Nalli Sartori, da comunidade da Bateia (Castelo-ES) e foi arrematada por FAF COFFEES ES pelo valor de R$ 18,5 mil. “Nós arrematamos esse café, e ele já tem um destino: vai para o Chile”, revelou Rafael Marques.
Cafés das Montanhas Capixabas
O Café da Região Montanhas do Espírito Santo possui um "Terroir", que é a interação de vários fatores como clima, solo e planta, que aliados à altitude e aos microclimas, conferem ao café perfis sensoriais diferenciados e notas de bebida elevadas encontrados somente nessa região, gerando agregação de valor ao produto. Por essas peculiaridades, a região obteve o reconhecimento da IG Montanhas do Espírito Santo para o café pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
“O Espírito Santo tem um ‘Terroir’ que lembra muito cafés da Colômbia e também cafés de países da África, como Etiópia e Quênia. Então, nós temos uma complexidade de sabor que é difícil de ser encontrada em outras partes do Brasil”, explicou Marques. Tradicionalmente, essas características não eram reconhecidas em cafés brasileiros, fazendo com que muitos dos gringos que são importadores, donos de torrefação e de cafeterias, provassem as amostras da região, ficando surpresos com as características semelhantes ao grão de outros países.
Rafael Marques, Q-Grader e Diretor FAF COFFEES.