A mudança nas regras para obtenção da primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH), prevista para janeiro, está levando os candidatos à carta de motorista a uma verdadeira corrida às auto-escolas para conseguir o documento.
“As pessoas fogem do conhecimento, e isso é uma verdadeira ironia”, afirmou o presidente do Sindicato das Auto e Moto Escolas do Estado de São Paulo, José Guedes Pereira, ao comentar as alterações no procedimento para quem vai prestar o exame pela primeira vez. “Em vez de 30 horas-aula, serão 45, e o curso teórico vai aumentar cerca de 15%.”
Fazendo aulas de direção pela primeira vez, Viviane Gonçalves Soares Santos conta por que procurou a auto-escola antes da vigência das novas regras: “Aumentando o número de aulas, aumenta também o valor.” Segundo Pereira, os novos custos devem representar um aumento de 20% a 30% e serão repassados para os usuários”.
Para o consultor de transportes e desenvolvimento urbano Luiz Célio Botura, as mudanças podem, no entanto, ter efeito diferente quando colocadas à prova. “Na prática, isso [mudanças] beneficia apenas os centros de formação. E não são todas as auto-escolas que vão se preparar”, disse ele.
Botura ressalta, porém, que o motorista tem de ser bem treinado porque é o fator mais constante nas causas de acidentes. “A legislação brasileira é uniforme em todo o país, e a formação deveria levar em conta as diferentes condições locais de prática do motorista, pois o tráfego em um município exige menos que em outro. Um condutor de cidade pequena precisa de um treinamento diferente do daquele que dirige em uma metrópole como São Paulo.”
* Fonte: Agência Brasil