O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na segunda-feira, dia 29, a lei que cria 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia no país. A medida publicada no dia 30 de dezembro no Diário Oficial da União muda a conotação do Cefet Venda Nova, que vai ser implantando sob esta nova concepção, que amplia o raio de atuação. A mudança aumenta o número de vagas em cursos técnicos de nível médio, em licenciaturas e em cursos superiores de tecnologia, significando uma nova realidade para os jovens brasileiros.
Na tarde da última terça-feira, dia 30, Jadir Pella, diretor do Cefet/ES, se reuniu em Alegre com o Conselho Deliberativo das Escolas Agrotécnicas do Espírito Santo para explicar o novo panorama da educação com a criação do Instituto Federal. Membro do Conselho, Evair de Melo participou da reunião. Ele explicou que os institutos incorporam toda a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, formada pelos centros federais de educação tecnológica- Cefets, escolas agrotécnicas federais e escolas técnicas vinculadas a universidades, os institutos nascem com 168 campus e chegarão a 2010 com 311. No mesmo período, as vagas serão ampliadas de 215 mil para 500 mil.
No Espírito Santo será criado um instituto, com abertura de 16,8 mil vagas e reitoria em Vitória. Os 14 campus funcionarão em Venda Nova, Alegre, Aracruz, Cachoeiro do Itapemirim, Cariacica, Colatina (dois campus), Ibatiba, Linhares, Nova Venécia, Santa Teresa, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
Os institutos vão oferecer metade das vagas ao ensino médio integrado ao profissional, para dar ao jovem uma possibilidade de formação já nessa etapa do ensino. Na educação superior, haverá destaque para os cursos de engenharias e bacharelados tecnológicos (30% das vagas). Outros 20% serão reservados a licenciaturas em ciências da natureza o Brasil apresenta grande déficit de professores em física, química, matemática e biologia. Ainda serão incentivadas as licenciaturas de conteúdos específicos da educação profissional e tecnológica, como a formação de professores de mecânica, eletricidade e informática.
Pesquisa
Os institutos terão forte inserção na área de pesquisa e extensão para estimular o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas e estender os benefícios à comunidade. Eles terão autonomia, nos limites da área de atuação territorial, para criar e extinguir cursos e para registrar os diplomas. Ainda exercerão o papel de instituições acreditadoras e certificadoras de competências profissionais. Cada instituto é organizado em estrutura com vários campus e proposta orçamentária anual identificada para cada campus e reitoria.
De acordo com Evair a criação dos Institutos Federais é resultado de mais de oito anos de discussão. É difícil dimensionar o alcance desse nosso arranjo do ensino tecnológico. Só sei que é bom, conforme avaliou o próprio Jadir Pella. Evair disse ainda que o sistema prevê pesquisas aplicadas de acordo com a vocação da região. A oferta das diferentes modalidades de cursos vai culminar na criação de um centro de excelência em ciências aplicadas, aliadas à programas de extensão, formação profissional, disponibilização de tecnologia, fechando uma cadeia, onde a educação estará verdadeiramente integrada aos interesses da comunidade.
Estamos oferecendo ao país um novo modelo de instituição de educação profissional e tecnológica, aproveitando o potencial da rede existente. Os institutos responderão de forma mais ágil e eficaz às demandas crescentes por formação de recursos humanos, difusão de conhecimentos científicos e suporte aos arranjos produtivos locais, diz Eliezer Pacheco, secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação. Os institutos integram o Plano de Desenvolvimento da Educação-PDE.
* Fonte: Folha da Terra