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Cooperativa é opção de juro baixo

O cooperativismo de crédito ganhou musculatura, amadureceu e passou a significar uma alternativa real de dinheiro a juros baixos, sobretudo no segmento de microcrédito urbano. Fortalecidas por normas mais estáveis, aumentos de patrimônio líquido via financiamentos do governo e supervisão ativa do Banco Central, as 1.113 cooperativas de crédito preparam uma expansão de 30% nas operações e de 18% na carteira de associados em 2009, segundo projeções divulgadas ontem pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

A abertura das cooperativas a novos associados (“livre admissão”), a permissão de acesso a recursos baratos da poupança e a isenção de tributos federais levaram essas sociedades a expandir em 42% suas operações de crédito e aumentar em 25% a captação de depósitos totais em 2008. As cooperativas chegaram a R$ 22,6 bilhões em operações de crédito no ano passado – 56% delas com valores inferiores a R$ 3 mil e uma inadimplência de apenas 1,83%. Esse volume equivale, por exemplo, à metade de todos os recursos oferecidos pelo governo para custeio e comercialização de toda a atual safra agropecuária. Em pleno vigor de sua atratividade, as sociedades fecharam o ano com R$ 20,2 bilhões em depósitos totais.

O cooperativismo de crédito tem uma fatia de 2% no sistema financeiro nacional, mas tem planos de chegar a 10% até 2012. “O crédito ainda é uma grande barreira e o cooperativismo é uma boa alternativa”, diz o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas. “Há uma forte demanda por capital de giro e microcrédito nas cidades”. Embalada pela tendência, a carteira de associados deve fechar 2009 com 3,8 milhões de cooperados.

Com permissão para operar em regime de “livre admissão” em regiões mais populosas, de até 2 milhões de habitantes, as cooperativas experimentaram um “boom” no atendimento a clientes urbanos. Já são 4,1 mil pontos espalhados por 1,4 mil municípios do país – 60% desses pontos estão na área urbana. Antes identificadas como entidades de forte atuação rural, as cooperativas de crédito começaram a ganhar clientela em grandes cidades. E o principal motivo é o baixo custo do dinheiro oferecido aos associados.

Um estudo comparativo da OCB mostra que o diferencial médio das taxas de juros chegou a 2,61% ao mês em relação aos bancos comerciais tradicionais. Ou seja, as cooperativas “pouparam” R$ 589 milhões mensais de seus clientes em 2008, segundo a estimativa. Um empréstimo pessoal, por exemplo, teve custo médio de 2,27% ao mês no cooperativismo. Em outros bancos, o custo foi de 5,6% ao mês, segundo dados da Anefac.

No cartão de crédito, o juro médio mensal cooperativo foi de 6% ante 10,56% em outros bancos. “Isso mostra que o cooperativismo pode ser uma aposta ainda mais forte do governo para reduzir o custo do dinheiro no Brasil”, afirma o gerente de Mercados da OCB, Evandro Ninaut.

O segredo do cooperativismo de crédito está no baixo custo de captação dos recursos. Protegidas pelo ato cooperativo, que desonera as operações de pagar PIS-Cofins, IOF, CSLL e IR, as sociedades têm ainda um quadro enxuto, baixos custos administrativos, spreads reduzidos e, sobretudo, não têm o lucro como seu principal motor. Na doutrina cooperativista, lucros são “sobras”. E são, obrigatoriamente, distribuídas aos associados ou reinvestidas no negócio.

A boa performance das cooperativas deve-se, ainda, a ações de reforço promovidas pelo próprio governo. Em 2007, o governo federal criou linha de crédito de R$ 300 milhões para financiar a elevação do capital dessas cooperativas. Em 2008, o segmento fechou com R$ 9,2 bilhões de patrimônio líquido, um crescimento de 19,5% na comparação com os R$ 7,7 bilhões de 2007. Outro indicador reforça o bom momento vivido pelo cooperativismo. O ano foi marcado por um recorde de R$ 45,5 bilhões em ativos totais nessas sociedades, uma relevante expansão de 19,4%.

* Fonte: Jornal Valor Econômico

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