Produtores capixabas de cafés da variedade arábica terão uma oportunidade de incrementar o seu negócio ou até mesmo poderão contar com um auxílio extra para o momento de crise que atinge o setor. É que a 9º edição do Prêmio Cafuso/UCC das Montanhas do Espírito Santo vai premiar com R$ 400 mil os cafés de qualidade, desde que cultivados com sustentabilidade.
O objetivo do Prêmio é incentivar os produtores na busca constante da melhoria da qualidade como meio mais eficaz de conquistar novos mercados e atender a crescente demanda por produtos diferenciados.
Este ano, o concurso vem com uma nova concepção de premiação. Além da premiação estadual, que vai destinar R$ 20 mil para o primeiro lugar, R$ 15 mil para o segundo, e R$ 10 mil para o terceiro lugar, haverá também a premiação municipal. Mas, para participar dessa premiação, o concurso determinou no mínimo dez amostras inscritas por município. Nesta etapa, o primeiro colocado vai ganhar R$ 5 mil, o segundo, R$ 2 mil, e, para o terceiro colocado, o prêmio será de R$ 1 mil. Além disso, todos receberão um ágio sobre o preço de venda do café e ainda um certificado de qualidade.
Das 440 amostras inscritas, provenientes de propriedades de 16 municípios, apenas 64 foram classificadas na etapa municipal e poderão participar da final do concurso (a lista dos finalistas está em anexo). O resultado final será anunciado no dia 05 de dezembro, quando haverá a cerimônia de premiação.
Nas 64 propriedades classificadas para a etapa final, uma equipe técnica realizará auditoria para avaliação dos critérios sócio-ambientais, que equivale a 20% da pontuação. Serão observados a rastreabilidade, o uso de fertilizantes e de defensivos, a gestão do solo, colheita e pós-colheita, a gestão de resíduos, a conservação do meio-ambiente e a saúde e a segurança do trabalhador. O desempenho dessas etapas será somado ao resultado da avaliação sensorial da amostra (80%), realizado pelo júri técnico internacional, que verificará a qualidade da bebida produzida.
O prêmio é uma realização da Real Café Cafuso, da Empresas Tristão, da torrefadora japonesa Ueshima Coffee Company (UCC), da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), com a coordenação da Cooperativa de Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo. (Pronova).
A cafeicultura entrou num caminho sem volta onde a qualidade e a sustentabilidade da produção são características essenciais que o agricultor, principalmente o de base familiar, tem que buscar. Esse é o desafio. Mais importante que produzir muito é produzir o melhor, sempre levando em consideração a preservação e a recuperação dos recursos naturais. Essas bases contribuem significativamente para a melhoria da renda e da qualidade de vida, e geram sustentabilidade social, ambiental, cultural e econômica, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
Segundo o diretor-presidente do Incaper e coordenador técnico do concurso, Evair Vieira de Melo, o diferencial deste ano vai ser a valorização dos cafés de todos os municípios participantes. Mudamos a concepção da premiação. A idéia é identificar em cada município um café campeão. Isso vai incentivar a todos a utilizarem as tecnologias necessárias para a produção de um café superior.
Evair de Melo afirma ainda que o Prêmio tem cumprido o papel de difusão das tecnologias e das boas práticas agrícolas. Foi com esse intuito que introduzimos o critério de sustentabilidade. E o formato de pontuação tem se mostrado eficiente, porque os produtores estão aderindo às boas praticas agrícolas e à produção com responsabilidade ambiental, social e econômica.
O Prêmio UCC/Cafuso é pioneiro em aplicar critérios sócio-ambientais para garantir ao consumidor a aquisição de um produto com qualidade e segurança alimentar. As novas regras premiam a forma de produção que confere equilíbrio ambiental, social e econômico ao meio rural.
Jackeline Uliana, coordenadora de certificação do Concurso, disse que as regras e os critérios utilizados para avaliar os vencedores do Prêmio Cafuso/UCC das Montanhas do Espírito Santo estimulam o desenvolvimento de uma cafeicultura dentro de normas que respeitam aspectos ambientais e sociais. É uma forma de respeitar tanto o meio-ambiente quanto quem está envolvido no processo, isto é, a mão-de-obra, que na maioria das vezes é formada pela família proprietária.
Confira a lista dos 64 finalistas classificados na etapa municipal.