Em defesa dos produtos tradicionais de origem animal

Cerca de quatro propriedades de Venda Nova serão visitadas segunda-feira (15) por um grupo de técnicos, lideranças e produtores rurais junto com o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal- Idaf, Aladim Fernando Cerqueira. A intenção do órgão é montar um modelo piloto de sala de abate de pequenos animais.

Com a criação da sala de abate, pretende-se resolver o impasse em que se encontra a agroindústria de produtos de origem animal, já que pela legislação os pequenos produtores não podem mais criar e abater animais. Venda Nova tem tradição na produção de embutidos, dentre eles o mais famoso é o socol, que podem sumir da culinária local caso o problema não seja resolvido.

As visitas às propriedades foram planejadas em uma reunião dia 2 de março, no escritório da Findes de Venda Nova, cuja pauta de discussão foi a criação, abate e comercialização de pequenos animais em propriedades envolvidas no agroturismo.

De acordo com Rita Zanúncio, economista doméstica do Incaper, pela legislação o produtor não tem mais possibilidade de criar o seu porco, abater e fazer com a sua matéria prima o socol, linguiça, defumados, codiguinho e todos os embutidos, dentre outras receitas antigas. É proibido abater porco na propriedade e os que têm selo de inspeção municipal precisam comprar a carne inspecionada.

Ao recorrer à matéria prima de fora das porteiras, além de fazer sumir a tradição de criar animal no quintal, a situração deixa perder os resíduos gerados em outros procesamentos. Estes resíduos, que serviriam de alimento para os animais, se perdem, comprometendo o equilíbrio na gestão da propriedade. Rita explica que, ainda que se crie o animal e o mande para o abatedouro, o produtor não recebe de volta as víceras, o sangue, a cabeça, os pés e outras partes menos nobres, que são os ingredientes dos produtos tradicionais.

Por outro lado, para registrar como agroindústria de pequeno porte pelo Estado são necessários menos 50% da matéria prima sejam da propriedade. Para ela, caso o problema não seja solucionado a tradição passa a não existir mais, o que compromete toda a indústria do turismo local. “O turista quer ver o porco, onde é feito os produtos, conhecer toda cadeia. O produto pronto ele já compra no supermercado e não precisa viajar para o interior. “Estamos tentando achar em conjunto uma solução para esse caso”, finalizou.

Reunião

Em busca da solução em conjunto, participaram da reunião o presidente da Câmara, Marco Grillo- PSDB, e o vereador Fernando Altoé- PSDB, técnicos e presidente do Idaf, o presidente do Incaper, Evair de Melo, e representantes do Sebrae, dos produtores, além de quatro secretários municipais: de Meio Ambiente, Henrique Lorenção, de Saúde, Liliane Athaide, de Agricultura, Sávio Filete, e de Turismo, Tarcísio Caliman.

Grillo, articulador da discussão junto com Rita Zanúncio, salientou que a intenção final é possibilitar incluir os produtos de Venda Nova no Sistema Brasileiro de Inspeção, em substituição ao Selo de Inspeção Municipal- SIM, criado em 95 por ele, que já foi secretário de Turismo. Ele lembrou que o Rio de Janeiro e Minas Gerais já fizeram a solicitação, o que pode significar que os produtos desses estados estarão competindo livremente com os do município e da região. (* Site Câmara de Venda Nova)

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