* Valdinei Esteves
(free lancer)
A crise provocada pelos altos custos da produção do café no Estado e por problemas climáticos tem preocupado os produtores da região. Alguns cafeicultores, representantes de cooperativas e autoridades políticas municipais e estaduais participaram de uma reunião na noite de ontem (8) na Casa do Café, em Venda Nova. O encontro teve o objetivo de estudar uma solução para a crise.
Os produtores apresentaram dados apontando os custos da produção do café. De acordo com Pedro Carnielli, diretor administrativo da Cooperativa de Cafeicultores das Montanhas Capixabas- Pronova, os custos elevados somados aos problemas com o clima fazem o produtor abandonar as lavouras. A gente não está conseguindo produzir um café que você venda e que o preço pague os custos, declarou.
Essa é a situação que vive o produtor José Pagoto. Ele é de uma família que planta café há várias gerações e diz que, atualmente, a produção de um produto característico da região deixou de ser atividade econômica interessante. Eu nasci na agricultura. Hoje, não plantaria uma cova de café sequer.
Enquanto não há solução definitiva para alavancar a cafeicultura, entidades e Governo buscam formas de contornar o problema. Para Evair de Melo, presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), os produtores devem investir na qualidade, que é o diferencial do café da região. Nesse momento, nossa orientação é para não economizar para produzir um café de qualidade, porque esse diferencial vai aumentar e ajudar a minimizar o impacto dessa crise, explicou Melo.
O secretário de Estado da Agricultura, Ênio Bergoli, disse que o Governo está discutindo com os produtores e entidades relacionadas à cafeicultura para levantar os problemas e, a partir disso, tomar medidas. Vamos construir um grande documento e conversar com os bancos tentando linhas de crédito melhor. Esse documento vai servir de base também para estabelecer novas metas para um programa de renovação de cafeicultura de arábica, afirmou ele. No dia 23 de maio vai acontecer uma nova reunião para apurar os dados levantados.