Por Leandro Fidelis
Uma cidade sitiada pelo medo. Pelo menos 20 pessoas acordaram hoje em Venda Nova com telefonemas dando conta de que um membro de sua família foi seqüestrado. É o velho golpe dos bandidos criando nova onda de pânico na cidade, mas para a Polícia a única preocupação continua sendo a falta de informação dos moradores.
A Delegacia da Polícia Civil recebeu dezenas de telefonemas. Os veículos de comunicação noticiam todo dia este tipo de crime e mesmo assim os moradores continuam se desesperando. Mesmo com o identificador de chamada ainda fica difícil para a investigação chegar na fonte, disse a escrivã Elisete Cola em entrevista ao vivo hoje na Rádio FMZ.
A Polícia não sabe se as ligações são feitas de dentro de presídios e muito menos como os golpistas conseguem informações sobre familiares da vítima com tanta precisão.
A dona de casa Carmen Andrião, 60, contou para a reportagem da FMZ que acordou às 4h da madrugada com um telefonema para o aparelho fixo. Do outro lado da linha, um homem perguntou se ela era a mãe de Cleber, obtendo a confirmação.
Foi a deixa para os golpistas dizerem que fizeram Cleber refém, exigindo resgate. Meu filho é caminhoneiro e está em Goiás. Uma voz muita parecida com a dele gritava socorro e fiquei desesperada, relata a dona de casa.
Carmem passou mal e pediu ajuda ao filho caçula, que se desesperou por não conseguir localizar o irmão pelo celular. Só no início da manhã, Cleber retornou uma mensagem dizendo que nada lhe havia acontecido.
Em outro caso, envolvendo a professora de educação física Aldi Caliman, a “Dé”, 52, os golpistas ligaram a cobrar por volta das 6h e conseguiram manter a vítima ao telefone por cerca de 40 minutos. Ela acreditava que seu filho, universitário em Vitória, havia sido seqüestrado.
* Publicada em 23/03/2007