O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) orienta os produtores quanto aos cuidados essenciais para evitar a introdução de doenças nas lavouras de morango, sobretudo nos municípios que integram o chamado “Polo do Morango”: Afonso Cláudio, Castelo, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Vargem Alta e Guaçuí e Venda Nova do Imigrante. A adoção de práticas simples pode fazer a diferença.
O chefe de Defesa Sanitária e Inspeção Vegetal do Idaf, Ezron Leite Thompson, explica que, dentre as doenças que podem atingir a cultura, a mais recorrente no Estado é a bacteriose do morangueiro. “Um alerta que fazemos é que os produtores adquiram mudas apenas de viveiros credenciados pelo Ministério da Agricultura e com o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) ou a Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), quando originárias de outros Estados. Percebemos que a bactéria causadora da doença tem sido introduzida nas lavouras principalmente por meio de mudas contaminadas. O prejuízo que se tem com a queda na produtividade não compensa eventuais economias feitas com a compra de mudas não certificadas”, diz o engenheiro agrônomo.
Atualmente, ainda não existe agrotóxico que controle ou elimine a bacteriose das lavouras. Portanto, para que a doença não assuma grandes proporções, a orientação é que, uma vez identificada a presença da bactéria na lavoura, as plantas doentes devem ser arrancadas e enterradas o mais breve possível. No Espírito Santo, a Portaria nº 075-R, de 2009, disciplina a obrigatoriedade do controle da bacteriose do morangueiro em lavouras e viveiros do Estado.
Bacteriose do morangueiro
A bacteriose do morangueiro, também conhecida como mancha angular, é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas fragariae, que pode ocasionar perdas consideráveis nas lavouras.
O engenheiro agrônomo do Idaf, Victor Bernardo Vicentini, mestre em Produção Vegetal, orienta que a doença desenvolve-se mais intensamente em condições de alta umidade, associada a temperaturas entre 15º e 20ºC. “A bactéria é disseminada rapidamente entre as lavouras por respingos de água ou pelos tratos culturais, com o uso de ferramentas infestada, por exemplo. Com o desenvolvimento da doença, ocorre a seca total das folhas, tornando as plantas improdutivas. O cálice também pode ser atingido, impossibilitando a comercialização dos frutos”, explica Victor.
Recomendações para evitar a introdução da doença
– Não utilize mudas de lavouras onde houve ocorrência da bacteriose.
– Não use o sistema de irrigação por aspersão, principalmente em áreas onde a doença já foi constatada. Nesses casos, o ideal é a irrigação por gotejamento ou por sulco (na superfície do solo).
– Faça a rotação de culturas, evitando o plantio do morango por, no mínimo, dois anos no mesmo local.
– Evite excesso de adubos nitrogenados, tanto no plantio quanto depois da cultura já instalada.