Cafeicultores de Santa Maria de Jetibá e região participaram, nesta quinta (15) e sexta-feira (16), de um encontro para discutir temas relacionados ao controle de pragas e doenças, produção de qualidade e manejo da cafeicultura. A realização é da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi).
A abertura oficial do evento aconteceu ontem com as presenças do secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli; do presidente da Coopeavi, Argeo Uliana; do presidente da OCB-ES, Estério Colnago; do prefeito em exercício, Florentino Guilherme, além de técnicos, pesquisadores, baristas, autoridades e expositores.
Em seu pronunciamento, o secretário Enio Bergoli destacou o papel do trabalho cooperativista na cafeicultura capixaba. “A Coopeavi é um orgulho para nosso Estado e contribui diretamente para o desenvolvimento do Espírito Santo. Com certeza, o cooperativismo é a saída para agregar valor e qualidade ao café, além de facilitar aos pequenos agricultores o acesso à tecnologia e ao crédito”, disse.
Ainda segundo Bergoli, a safra de café capixaba deste ano, que bateu recorde de produção, já reflete o investimento em tecnologia para melhorar a produtividade e a qualidade do produto.
Os produtores rurais poderão participar de workshops de degustação de café, gastronomia com receitas envolvendo o fruto e uma feira de negócios com a presença de profissionais do setor, fornecedores e clientes. As esposas dos produtores contarão com momentos exclusivos para as mulheres.
Durante o evento, também será realizada a primeira edição do Prêmio Pio Corteletti de qualidade do café Conilon Descascado. A competição envolve cafeicultores de diferentes municípios, como São Roque do Canaã, Vila Valério e Afonso Cláudio. A primeira etapa classificou 31 amostras, que serão avaliadas em novas análises, restando apenas dez.
Os competidores irão se reunir no encontro para as provas finais, quando serão divulgados e premiados os vencedores. O prêmio homenageia um cafeicultor tradicional do Espírito Santo, Pio Angelico Corteletti, nascido em 1903, na comunidade de Caldeirão, em Santa Teresa. Com descendência italiana, foi um dos primeiros a exportar café capixaba diretamente para a Alemanha.
Em Santa Mariade Jetibá, a cafeicultura envolve apenas o cultivo de arábica. A atividade é expressiva no município e está presente em cerca de duas mil propriedades. No total, são, aproximadamente, 2.500 hectares de área plantada. A produção média no município é de 60 mil sacas de café por ano.
Arábica no Estado
O café está presente em todos os municípios capixabas, exceto Vitória, sendo ele o maior gerador de empregos no Estado. A cafeicultura é a principal atividade econômica em 80% dos municípios e representa, sozinho, 43% do PIB agrícola do Estado.
Toda cadeia que envolve o café gera aproximadamente 400 mil postos de trabalhos por ano, e só no setor de produção é envolvido 131 mil famílias. A produção que gera esse grande negócio é obtida prioritariamente por produtores de base familiar, com tamanho médio das lavouras em torno de 4,8 hectares para o café arábica e 9,4 hectares para o café conilon.
O arábica é produzido em 43 municípios capixabas – em regiões com altitude superior a 500 metros -, envolvendo 20 mil propriedades. Cerca de 70% da produção advém das regiões do Caparaó e Serrana, sendo que os principais municípios produtores são Brejetuba, Iúna, Vargem Alta, Muniz Freire, Irupi, Ibatiba. A produtividade média no Estado é de 15,2 sacas beneficiadas/ha, mas muitos produtores alcançam produtividades superiores a 40 sacas/ha, atingindo até 80 sacas/ha.