*Katherine Coaioto
(Repórter Interina)
Há mais de 60 anos, um morador da comunidade de Lavrinhas, faz da arte um hobby. Sr. José Antonio Altoé, 82 anos, ao observar o pai, que fazia tamancos de madeira, acabou transformando prazer em profissão.
Bem cedo, aos 15 anos, ainda em Jaciguá- E.S., observava e ajudava o pai na produção dos tamancos. Com o passar do tempo, a avicultura em Venda Nova do Imigrante passou a ser rigorosamente inspecionada, sendo obrigatório para cada pessoa, de cada setor, um par de tamancos, para que não houvesse contato de um setor com o outro, nem mesmo através dos pés.
Além de avicultor, Sr. José passou a fabricar os tamancos por profissão. Segundo ele, as pessoas procuravam ainda por bainha de canivete e facão, que ele fazia com couro de boi.
Mas a profissão que prevaleceu e resistiu ao tempo, ainda que deixada de lado por alguns anos, foi a dos tamancos. Sr. José afirmou ter esquecido como os tamancos eram feitos, já que ficou um bom tempo sem praticar. Seu cavalete foi para Vitoria, numa amostra, e voltou bastante “acabado”.
Mas isso não foi empecilho. Quando, no final de 2011, uma amiga da família pediu que ele fizesse os tamancos que ela utilizará na Festa da Polenta desse ano, logo Sr. José deu um jeito de consertar o cavalete.
A madeira utilizada para a produção do tamanco é a bandarra, madeira rara de se encontrar por aqui.
Além do cavalete, para a produção do único par de tamancos feito recentemente, ele utiliza ainda ferramentas vindas da Itália, que ganhou de seu sogro há muitos anos, quando fazer tamancos não era apenas um passa tempo e, sim, profissão.
Foto: Katherine Coaioto