A estimativa de safra divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a produção brasileira de cafés (arábica e conilon) em 2012 será de 50,45 milhões de sacas, e a do Espírito Santo 12,22 milhões, um recorde para ambos. Os números confirmam o Estado como o segundo produtor nacional, atrás apenas de Minas Gerais.
No ano em que o café conilon completa 100 anos de existência no Espírito Santo, as lavouras capixabas da espécie deverão produzir 9,36 milhões de sacas, um recorde de produção, superando em 10,20% a produção da safra passada. O desempenho confirma o Estado como o principal produtor de conilon no Brasil, com quase 80% da produção nacional, que será de 12,32 milhões de sacas. Já no arábica, a safra nacional será de 38,13 milhões de sacas e a capixaba de 2,86 milhões de sacas.
"Teremos um novo recorde, e consecutivo, da safra de cafés que se inicia aqui no Espírito Santo devido, principalmente, ao uso de tecnologias pelos cafeicultores como lavouras clonais, irrigação, podas e nutrição adequada nas lavouras de conilon, que serão responsáveis pela marca fantástica de 76% da safra nacional dessa espécie de café", destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
O secretário ressalta que a partir desta segunda-feira (14), o Governo do Estado, em parceria com dezenas de órgãos que atuam na cafeicultura, inicia uma ampla campanha de melhoria da produtividade e da qualidade dos cafés arábica e conilon produzidos no Espírito Santo. "Para melhorar a renda dos cafeicultores, além de se produzir muito em pequenos espaços e com baixo custo, devemos agregar valor à produção por meio da melhoria da qualidade durante essa fase do ciclo das lavouras, em que começam os procedimentos de colheita e pós-colheita", afirma Bergoli.
De acordo com o diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Evair Vieira de Melo, esses números revelam que o Espírito Santo vem se preparando para ampliar a produção de café. “O Estado possui um planejamento para a agricultura até 2025. Para isso, estamos desenvolvendo um programa arrojado de pesquisa, por meio do Incaper e parceiros, que pretende revigorar e revitalizar as lavouras de café. As novas lavouras que foram plantadas dentro do programa de revitalização, e que foram tratadas com as tecnologias desenvolvidas, chegaram neste ano no período de produção, o que também ajuda a entender a ampliação da safra”, disse.
A cafeicultura é mais importante atividade econômica e social para o interior do Espírito Santo. Cerca de 80% dos municípios têm a atividade como fonte dinâmica na geração de emprego e renda. Ela está presente em 60 mil propriedades rurais e ocupa aproximadamente 350 mil pessoas. Somente no setor de produção, em 2011, a cafeicultura gerou R$ 3,3 bilhões de renda bruta para os produtores.
O investimento do Estado em ações para a manutenção e desenvolvimento da cafeicultura aproxima-se dos R$ 60 milhões.