Cebola produzida em Santa Maria de Jetibá é destaque

A cebola nacional do tipo amarela tem boa comercialização no mercado capixaba. Santa Maria de Jetibá, Rio Bananal, Santa Teresa, Afonso Cláudio e Domingos Martins são os municípios que têm significativa participação nas vendas do produto por meio das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES).

 

De acordo com o setor de Estatística da Ceasa/ES, nos dez primeiros meses de 2012, foram 1.580.610 quilos vendidos de cebola amarela nacional, com procedência de dentro do Estado. O mês de maior destaque foi o de janeiro com 725.900 quilos. A previsão para os próximos meses é de crescimento na quantidade produzida no Espírito Santo, pois de novembro a janeiro é época da safra. Em 2011, por exemplo, somente neste período, os municípios capixabas tiveram 2.829.445 quilos comercializados no entreposto de Cariacica, o que corresponde a 73,63% do total produzido durante todo o ano.

 

Cebola amarela capixaba

 

Segundo o gerente da Divisão Técnica, Osmar Antônio de Nadae, o Espírito Santo passou a ganhar destaque na produção fornecendo cebola amarela o ano inteiro: “Até por volta de 2007, a maior parte da cebola era trazida de outros estados para o mercado capixaba. Contudo, este cenário se modificou, porque o produtor rural começou a investir no cultivo desse bulbo. O município de Santa Maria de Jetibá é um exemplo disso e, somente neste ano, ele foi responsável por 1.437.410 quilos vendidos no entreposto de Cariacica“, pontua Osmar.

 

O técnico em Agropecuária do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Arildo Thomaz Woelssel, explica como surgiu esse interesse por parte dos produtores. “A cebola sempre foi plantada no nosso Estado, mesmo que em pequena quantidade. Porém, quando o produtor percebeu que o preço de venda estava subindo e isso lhe seria favorável, decidiu investir no cultivo. Ou seja, o maior incentivo a essa cultura, foi dada pelo próprio mercado, pois os preços foram melhorando a cada ano”, explica Thomaz.

 

Além de Santa Maria de Jetibá que lidera a produção, outros municípios também contribuem na oferta de cebola. O município de Rio Bananal teve 46 mil quilos comercializados em 2012, seguido de Santa Teresa com 35.100 quilos, de Afonso Cláudio com 22.460 quilos e Domingos Martins, que teve 2.400 quilos vendidos.

 

Comercialização

 

O produtor, Vanderlei Eggert, de Santa Maria de Jetibá, que cultiva cebola amarela há cinco anos, afirma que a produção do bulbo no comércio capixaba cresceu muito. “Apesar do custo elevado, o preço de venda é compensador, além de possuir um grande público consumidor. Atendo desde supermercados, distribuidoras até pessoas que compram para o próprio consumo. De 2010 a 2011, as minhas vendas dobraram. Tenho vendido em média de 400 a 500 sacos por semana. Contudo, na época de safra a quantidade chega a ser de até mil sacos. O preço tem saído em torno de R$ 18,00 a R$ 20,00 o saco,” conta.

 

Segundo o gerente de Unidades Técnicas Regionais, Marcos Antônio Cosseti Magnago, os produtores capixabas, buscando se adequar às exigências do mercado, têm investido na qualidade do produto. “A cebola plantada no Espírito Santo tem uma boa aceitação junto ao mercado varejista. Os produtores de Santa Maria de Jetibá, por exemplo, por meio de associação, adquiriram uma máquina beneficiadora, que além de qualificar o produto também o classifica. Agora só falta melhorar e adequar as embalagens e, com isso, as vendas certamente se multiplicarão”, otimiza Magnago.

Plantio

 

De acordo com o produtor Vanderlei, o cultivo exige alguns cuidados, sendo necessário primeiramente preparar o terreno com o esterco e o adubo para depois plantar: “Com o terreno pronto é só semeá-las. Para que sejam feitas as mudas, o ideal é realizar em uma estufa ou numa área seca. Este processo demora cerca de dois meses. Depois dessas mudas replantadas em quatro meses a cebola está pronta para ser colhida. Um quilo de semente dá em torno de 800 a 1.800 sacos de 20 quilos cada”, detalha Vanderlei.

Benefícios

 

A acadêmica em Nutrição, Joseline Souza, ressalta que a cebola possui nutrientes como o magnésio, o potássio, além de ser rica em uma substância da classe dos flavonoides chamada de quercetina, a qual vem sendo muito pesquisada. Além disso, a cebola ajuda no bom funcionamento do organismo com diversos benefícios à saúde. “Ela é reconhecida como um potente antioxidante, tendo a função de inibir a ação dos radicais livres na pele e em todo corpo. Ajuda a controlar o colesterol, a pressão arterial e a circulação sanguínea. Contribui com a preservação do cérebro ajudando a prevenir doenças neurodegenerativas. Tem as funções antibactericida e anti-inflamatória, o que colabora com o aparelho respiratório, impossibilita os distúrbios gástricos e auxilia contra a formação de células cancerosas,” conta.

 

Joseline Souza acrescenta que é importante ter cuidado na forma de preparo do bulbo: “a cebola deve ser consumida de preferência crua, pois o aquecimento destrói algumas substâncias benéficas. No entanto, quanto à quantidade de consumo ideal, ainda não se tem uma recomendação definida. Uma alimentação equilibrada é o que garante a boa funcionalidade do nosso organismo”, complementa.

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