Um dos mais importantes patrimônios históricos da cidade de Castelo, o Casarão da Fazenda do Centro, foi totalmente revitalizado pelo Governo do Estado, através da Prefeitura de Castelo e do Instituto Frei Manuel Simón. O imóvel será oficialmente inaugurado no próximo sábado (27), às 15 horas.

O Casarão que estava entregue aos efeitos do tempo, foi restaurado e revitalizado. A obra foi financiada pelo Governo do Estado do Espírito Santo, com o repasse de 950 mil.

A Solenidade de Inauguração vai contar com a presença do governador Renato Casagrande, do Prefeito de Castelo, Jair Ferraço, dentre outras autoridades estaduais e municipais. O evento será marcado por apresentações culturais da Banda Lira Castelense, do Grupo de Capoeira do Movimento Negro de Castelo e de Danças Italianas dos grupos da Società Italiana di Castello.

A reforma do casarão começou em 2010, e teve duração de três anos. A Fazenda do Centro fica localizada a oito quilômetros da Cidade de Castelo e a apenas dois quilômetros da Rodovia Estadual ES – 166, que faz interligação com a BR – 262. O Conjunto arquitetônico do Casarão comporta uma área de 1.800 metros quadrados, de construção de pedra, madeira e barro. Durante o restauro foi respeitada e valorizada a originalidade de sua arquitetura.

Segundo o Secretário Municipal de Turismo e Cultura, Marcos Antônio Lopes, o objetivo da reforma e da revitalização é proteger o imóvel para o uso de atividades que visem a sua funcionalidade, de acordo com o interesse da comunidade. “Agora o Casarão vai contribuir ainda mais com o desenvolvimento cultural artístico, social ambiental, econômico e turístico do município”, comentou o Secretário sobre o Casarão da Fazenda do Centro.

O Casarão da Fazenda do Centro é um Patrimônio Estadual, gerenciado pelo Instituto Frei Manuel Simón em comodato com a Ordem dos Agostinianos Recoletos. A Câmara Municipal de Castelo e a Prefeitura de Castelo repassam mensalmente uma verba para manutenção do Patrimônio.

A História do Casarão:

 Marco histórico da nossa colonização pelos desbravadores portugueses, dos escravizados negros e dos imigrantes italianos, o grandioso casarão reflete a imponência dos áureos tempos do café. Fundada em 1845, teve como primeiro proprietário Antônio Vieira Machado da Cunha. O nome “Centro” foi por causa da posição geográfica, que fazia dela um ponto de encontro obrigatório dos demais fazendeiros da região para as festas religiosas e comemorações.

Com a extinção do trabalho escravo, no ano de 1888, a fazenda entrou em declínio e ficou praticamente abandonada, sendo pouco tempo depois adquirida pela Ordem Religiosa Agostiniana.

Na história da Fazenda do Centro destaca-se a figura do frade agostiniano Manoel Simon. Em julho de 1909 ele, em companhia de um grupo de imigrantes italianos, visitou a propriedade e encantou-se pela beleza e fertilidade da região. O negócio foi no dia 24 de dezembro do mesmo ano. No ano seguinte, 1910, a fazenda foi dividida em lotes de 10 alqueires e a ocupação pelos imigrantes italianos começou. Estima-se que mais de 300 famílias chegaram à região. Foi com o trabalho do imigrante que fazenda tornou-se o mais importante centro econômico e social da região, produzindo café, cana de açúcar e milho.

Com o passar dos anos ocorreram novos loteamentos e doações de terras, mas invasões também aconteceram, reduzindo consideravelmente a extensão da propriedade. No período de 1952 à 1989, exceto entre os anos de 1973 a 1983, o Casarão funcionou como Seminário para a formação de jovens religiosos.