Acerte os ponteiros porque, a partir deste domingo (18), começa o horário de verão. Amada por muitos e odiada por outros tantos, a alteração traz um dilema para os moradores das regiões sudeste, sul e centro-oeste do Brasil: o de fazer com que o dia termine mais tarde e, em compensação, pela manhã, que o sol demore a aparecer. Especialistas alertam que sono e alimentação podem ajudar a conviver de uma forma saudável com o novo horário.

Serão 126 dias de tormento ou alegria, dependendo do caso. A estudante Aline Oliveira, 23 anos, disse que demora a se acostumar com o horário de verão, mas adora curtir uma praia e passear pelo calçadão de Camburi durante esta uma hora a mais de sol. Já a estudante Neila Lima, 21, odeia o período. “O horário confunde minha cabeça. Fico meio perdida no tempo e no espaço e só me adapto quando ele está acabando”, comenta.

Neila veio de Cabo Verde para morar no Brasil e afirma que a sensação de estar desorientado durante o horário de verão é a mesma causada pelo fuso entre os países. Ao contrário dela, o advogado Cláudio de Carvalho, 35 anos, comenta que neste período consegue ir e sair do trabalho ainda de dia. “É bom sair do serviço e ver o sol”, ressalta.

Quem acorda antes das 6h sempre vai reclamar do horário de verão. Afinal, estas pessoas perdem o sol da manhã. Já quem não tem este compromisso, geralmente, adora curtir o sol da tarde. No meio desta polêmica, um problema é comum a muita gente: o sono. Querendo ou não, nesta época do ano fica mais difícil acordar cedo e parece que dormimos pouco.

Segundo a especialista em sono Jéssica Polese, o horário de verão faz com que a pessoa mude seu relógio biológico, e isso traz transtornos. Ela comenta que, quando a rotina do organismo é alterada, o rendimento do indivíduo fica comprometido. “Com menos uma hora de sono, o dia seguinte pode vir com muito mau humor e cansaço. Existem pessoas que conseguem se adaptar bem a esta mudança, mas nem sempre é assim. O calor do verão também atrapalha o sono. O problema só não é maior porque o horário termina”, diz.

A especialista no sono chama atenção para se dar bem durante o horário de verão. “Temos que encarar esta adaptação. Dormir mais cedo e se alimentar melhor”, salienta. A alimentação está diretamente relacionada a um bom sono. A nutricionista Patricia Casagrande alerta que refeições pesadas são, com o perdão do trocadilho, um prato cheio para ter pesadelos, insônia e abdômen estendido durante a noite.

Patricia ainda diz que é muito comum, no horário de verão, ir dormir na mesma hora de costume e acordar mais cedo. “É bom evitar carne vermelha, alguns chás – mate, preto – e o café. Dar preferência aos alimentos lácteos e valorizar o que é líquido também é importante”, recomenda a nutricionista.

Para ela, as pessoas também devem consumir uma média de dois litros de água diariamente para evitar problemas como a desidratação no verão.

A nutricionista alerta que, além do cuidado com a alimentação, deve-se ter bastante cuidado com a conservação dos alimentos. “No verão, é muito comum aumentar a incidência de consumo de alimentos estragados. O calor faz com que isso aconteça. Por isso, a atenção deve ser redobrada. Manter alimentos frescos, bem condicionados e limpos são a maneira para evitar problemas”, salienta.

O que fazer Para acertar o relógio: À meia-noite de sábado, dia 17, o relógio deverá ser adiantado em uma hora – para 1h do dia 18

* Gazeta Online