Na madrugada desta terça-feira (28), Ambrósio Falquetto morreu aos 103 anos. De acordo com familiares, o velório ocorrerá em sua residência, no bairro Bananeiras, onde será celebrada missa de corpo presente às 15h30. O sepultamento será às 17 horas no Cemitério Padre Emílio. Há cerca de um mês, ele sentiu-se mal, chegou a ficar internado e passou seus últimos dias lúcido e em casa, porém foi enfraquecendo devido ao quadro de saúde.
Em mais de um século de vida, Ambrósio dedicou-se à agricultura e à pecuária com forte participação na comunidade vendanovense tanto na Igreja como em instituições culturais e filantrópicas. Por muito tempo, foi o voluntário mais experiente da Festa da Polenta, participando, inclusive, da última edição do evento no mês de outubro.
Patriarca de uma família numerosa, Ambrósio foi casado com Lucina Zandonade, e tiveram 13 filhos. Atualmente, sua descendência reúne 33 netos e 22 bisnetos.
Sua casa sempre foi ponto de encontro da comunidade de Venda Nova, seja para torneios de bocha, como para atividades culturais e religiosas como o “Pan e vin”.
Breve histórico
Nascido no dia 19 de Abril de 1920, Ambrósio Falquetto é filho de Giovanni Falquetto e Luíza Venturim. Seus pais se conheceram quando a família paterna chegou a Venda Nova para se instalar na localidade de “Pé da Serra” (atualmente chamada de Lavrinhas), porém como não havia área aberta e, consequentemente, nenhuma moradia, seu avô materno, Amadeu Venturim, ofereceu a Giuseppe Falqueto, seu avô paterno, uma tulha, na fazenda Viçosa, onde pudessem morar enquanto faziam derrubadas e construíam as próprias casas.
Ambrósio iniciou seus estudos primários aos 10 anos e aos 20, foi para o Exército, no quartel localizado em Vitória, em 1940. Durante a Segunda Guerra, ele foi chamado para servir, lhe deram o prazo de oito dias para se despedir de sua família. Ambrósio recordava que, muitas vezes, para dormir existia um colchão duro e não havia nem coberta. Todos acordavam cedo, treinavam tiro ao alvo, sobrevivência na mata entre outras coisas, segundo ele lá todos tinham que seguir as regras e isso acabou sendo positivo.
De volta à Venda Nova, aos 26 anos, Ambrósio casou-se com Lucina Zandonade, em 1946. Juntos, tiveram 13 filhos, sete mulheres e seis homens, dezenas de netos e bisnetos, formando uma numerosa família.
Exército
Quando jovem, Ambrósio Falqueto foi combatente litorâneo da Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a Segunda-Guerra. O ex-combatente recebeu diversas homenagens e honrarias devido aos serviços prestados à Pátria. Uma das homenagens foi realizada, quando o vendanovense completou 101 anos de vida.
Em 2012, Ambrósio recebeu a “Comenda Padre Cleto Caliman”, na Câmara Municipal de Venda Nova do Imigrante, pela contribuição na história do município.