Pensando no bem estar dos animais, que vivem em um ambiente que não reproduz o habitat natural, onde acontecem festas e movimentação inadequada para a tranquilidade dos bichos, parte das espécies de animais que vive no Parque da Beira Rio em Castelo, foi levada para o zoológico de Marechal Florianom na Região Serrana. A operação, autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente- Ibama, e acompanhada por biólogos, aconteceu nessa quarta-feira (18) e durou cerca de cinco horas.
A princípio, apenas os animais silvestres foram retirados do Parque Beira Rio e levados para o “Zoopark da Montanha”, localizado no Sítio da Vovó, na zona rural de Marechal Floriano. Ao todo foram levados de Castelo para o zoológico 60 animais, todas aves das espécies: asa-branca, marrecão, irerê, pato-de-crista, marreca-caneleira, marreca-foicinho, pé-vermelho, marreca-de-coleira, marreca-parda, pato-do-mato, maitaca-verde e tiriba-de-testa-vermelha.
Todo o trabalho realizado, desde a captura, retirada, e o transporte dos animais, além da soltura e adaptação ao zoológico foi autorizado pelo Ibama, porque são animais já cadastrados no Instituto. Dois biólogos e uma técnica de Castelo, e mais uma bióloga de Marechal Floriano acompanharam os trabalhos. Acomodados em caixas de papelão, os animais silvestres fizeram um percurso de uma hora e meia, acompanhados por uma equipe da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, e pela bióloga do zoológico. Toda a operação, incluindo o transporte das aves, durou cerca de cinco horas.
"Seguimos à risca os procedimentos exigidos pelo Ibama na captura, no condicionamento e no transporte dos animais, e os biólogos, realizamos todo o processo. A bióloga do Zoológico de Marechal Floriano também acompanhou os procedimentos, junto a dois funcionários da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, que garantiram a segurança dos animais durante o transporte, ajudando até o fim dos trabalhos na soltura das aves", informou a Técnica da Secretaria de Meio Ambiente, Ana Heloísa Sorrilha.
O secretário Municipal de Meio Ambiente, Enaldo Moura explica a atitude de transferir os animais: "Ali bem perto de onde os animais ficavam, acontecem festas, tem o barulho da movimentação das pessoas, dos carros, e eles precisam de um ambiente tranquilo. No zoológico em Marechal Floriano, eles têm melhores condições de vida, e são acompanhados por profissionais solicitados pelo Ibama, especialistas em fauna silvestre, biólogos e veterinários especializados", justifica o secretário.
Desde que assumiu a Prefeitura, a nova gestão descobriu que o “Zooparque da Beira Rio”, conforme denominado pela administração anterior, possuía diversas pendências nos órgãos ambientais para funcionamento ideal como abrigo de animais. “De acordo com um documento expedido em 2012 pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente- Iema, deveria existir um projeto de tratamento dos efluentes dos viveiros de pássaros e demais animais. Além disso, o Iema exige também que a limpeza e manutenção do Zooparque sejam feitas por uma empresa licenciada. Os resíduos orgânicos, fezes dos animais e os animais mortos deveriam ser coletados, acondicionados e armazenados em locais adequados e destinados para um local autorizado e licenciado por órgão ambiental competente. Estes são apenas exemplos das dezenas de exigências que não têm como serem cumpridas pela administração municipal”, concluiu o secretário Municipal de Meio Ambiente.
Diante de tais problemas, os outros 58 animais exóticos e silvestres restantes, como jabutis, calopsitas, patos e gansos, ficam temporariamente no Parque, até que a equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente destine um local adequado para eles, conforme feito com os animais silvestres que seguiram para o zoo. Para a remoção específica dos jabutis, que são os animais restantes com cadastro no Ibama, a Secretaria está em contato com o Projeto Cereias, localizado em Aracruz, já que é o espaço destinado no Espírito Santo para a rreintrodução de animais selvagens, fundado pela Aracruz Celulose em parceria com o Ibama desde 1993.
