As formas e as cores do artista plástico Filogônio estão em Venda Nova

 

Talvez nada no mundo seja mais encantador do que a arte. Entrar em uma exposição repleta de quadros, cada um com suas cores e histórias, é uma viagem no espaço e no tempo. Com o artista ao lado, explicando os detalhes, mostrando os pormenores da pintura, então, é quase viver um pouco a vida de cada retratado. 

 

"Olhe bem para elas. Não parece que estão conversando animadamente, falando das coisas corriqueiras, contando as histórias dos filhos, da vida?". Paro na frente de uma tela com três mulheres lavando as roupas da casa. O artista  mostra o rosto das mulheres enquanto fala. Ele mesmo entra novamente na cena, como se relembrasse um momento que viveu. "Olhe como elas estão felizes". Verdade. Dá até para ouvir o barulho do córrego manso e limpo. 

 

"E essa mocinha aqui, você sabe porque ela está com essa cara tão brava?", pergunta o artista apontando um outro quadro. Na tela, uma meninha nos olha fixamente sem conseguir segurar a irritação. Há até um certo ar de desafio no rosto juvenil. "Ela quebrou o vaso com água que tinha que levar para casa. Está muito, muito brava". O artista dá uma risada e continuamos nossa aventura entre telas e cores.

 

"Se você olhar com cuidado, vai perceber algo bem diferente nesse quadro". O artista havia parado em frente a uma tela da Santa Ceia. Em um primeiro olhar, nada me pareceu estranho. Jesus ao centro, os apóstolos ao redor. Filogônio contou a resposta da charada: "Judas se foi. Ele não está aqui. Temos só 11 apóstolos, Judas já tinha saído". 

 

Prosseguimos entre quadro de flores, orquídeas, natureza morta e olhares marcantes. Filogônio contou um pouco da sua história. Desde que se lembra, era um amante das artes. "Quando era criancinha, não tinha lápis de cor, acho que nem sabia o que era isso. Lembro-me de ir para o pasto perto da minha casa procurar gafanhotos. Eu gostava de abrir as asinhas deles e ficar olhando as cores. Tão lindas", conta com olhar no passado.

 

Aos 81 anos,  Filogônio já pintou mais de 3 mil quadros, fez sua primeira exposição aos 14 anos, escreveu sete livros, fez peças de teatro e já atuou algumas vezes. Natural de Colatina, tem nas paisagens rurais a inspiração de muitos quadros. "A zona rural é palpitante", diz o artista, para rapidamente incluir a arte sacra no rol dos temas preferidos.

 

Filogônio já rodou bastante expondo sua arte. "Sou um artista itinerante", declara. Que bom. Porque agora a exposição Formas e Cores, que conta  com 95 obras do artista, chegou a Venda Nova do Imigrante. O coquetel de abertura será na noite desta terça-feira (23) e a exposição estará aberta de 24 de junho a 13 de julho, no Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi.  As peças estarão à venda mas, mesmo quem não quer ou não pretende comprar um quadro, vale a pena visitar. 

 

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