Até 2014 socol de Venda Nova terá marca protegida

* Leandro Fidelis

(leandro@radiofmz.com.br)

 

O socol de Venda Nova é único porque reúne sabor e história cuidadosamente preservados pelos descendentes dos italianos que trouxeram essa receita há mais de um século. Nada impede outras partes do Brasil produzirem embutidos de aspecto semelhante e carnes diferentes, mas o nome socol vai prevalecer somente para os seguidores da verdadeira tradição em área delimitada em Venda Nova do Imigrante.

 

O processo para o registro de Indicação Geográfica- IG do socol junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial- INPI avança em Venda Nova. No último sábado (30), os técnicos da empresa de consultoria contratada pelo Sebrae/ES vieram ao município iniciar o mapeamento da região que, em breve, terá exclusividade na produção do embutido feito com carne de porco com o nome “socol”.

 

A previsão é de protocolar o projeto no INPI daqui a seis meses e de pelo menos mais um ano do processo de análise para a marca “socol” estar juridicamente protegida. Os trabalhos junto aos produtores foram iniciados em 2010 pelo Sebrae, em parceria com o Incaper, a Prefeitura de Venda Nova e a Associação de Desenvolvimento Regional do Agroturismo- Agrotur.

 

Com base nos relatos dos membros da Associação dos Produtores de Socol- Assocol, o engenheiro ambiental Gabriel Beliqui e o geógrafo Rômulo Nascimento delimitaram a área geográfica de Venda Nova que congrega a produção de socol seja para consumo próprio ou para o agroturismo.

 

O mapa preliminar, feito com menos detalhes e com exclusividade para a FMZ abrange as localidades de Lavrinhas, Alto Bananeira, Alto Tapera, Tapera, Providência, Santo Antônio da Serra, Bananeiras e sede do município.

“Só para se ter uma ideia, uma área pouco conhecida na produção de socol é o Alto Tapera, onde a família Brioschi foi a primeira a comercializar o embutido há mais de 40 anos, tamanha a produção de carne suína naquela época”, afirma José Ednes Lorenção, presidente da Assocol.

 

O que são Indicações Geográficas

 

As Indicações Geográficas se referem a produtos ou serviços que tenham uma origem geográfica específica. Seu registro reconhece reputação, qualidades e características que estão vinculadas ao local. Como resultado, elas comunicam ao mundo que uma certa região se especializou e tem capacidade de produzir um artigo diferenciado e de excelência.

 

Por isso, a partir do reconhecimento pelo INPI, será considerado ilegal o uso da marca socol em outras localidades. “Ainda não sabemos como vai ser a fiscalização, porque atualmente vemos muitos produtores rurais por aí vendendo embutidos de frango e peixe com o nome socol”, completou Lorenção.

A consultoria contratada pelo Sebrae foi a responsável pelas Indicações Geográficas da panela de barro de Goiabeiras (Vitória) e do mármore de Cachoeiro de Itapemirim. “No Brasil todo, ao todo são 40 projetos já aprovados pelo INPI. No Espírito Santo, ainda tem o cacau do Vale do Rio Doce de Linhares”, informa Gabriel Beliqui.

 

Além do socol, a dupla de consultores ainda atua na proteção da marca do inhame de São Bento de Urânia (Alfredo Chaves) e da carne de sol do extremo Norte capixaba. “Só vai receber o selo da Indicação Geográfica do socol quem produzir dentro da área estabelecida e de acordo com o regulamento da produção definido pelos associados da Assocol.” As reuniões da associação acontecem a cada 15 dias.

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