O Espírito Santo montou uma “força tarefa” para combater a incidência do parasita Trypanosoma vivax, que pode causar, em curto espaço de tempo, a morte de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos, além de sérios prejuízos aos produtores rurais. A enfermidade, rara em terras capixabas, tem cura e, por ser uma doença tratável, não há necessidade de sacrificar o animal doente e nem de interditar a propriedade rural.
Produtor deve notificar o Idaf ao suspeitar da doença em seu rebanho – Foto: Reprodução/A.C. Moraes/Flickr/Creative Commons |
Com a ameaça, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a liberação da importação de medicamentos eficazes para combater o parasita, que já foi identificado em rebanhos nos municípios de Aracruz e João Neiva, provocando a morte de 120 de cabeças de gado e prejuízos na ordem de R$ 360 mil.
“Os prejuízos podem ser bem maiores, pois há possibilidade de mortes de animais não identificadas. Em caso de suspeita de sintomas, os pecuaristas devem procurar o Idaf ou veterinários da assistência técnica privada, pois o Governo do Estado precisa construir o mapeamento desta doença para facilitar as medidas de prevenção e também curativas, por meio da quantificação de medicamentos eficientes que serão liberados para importação”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), a UVV e outros parceiros estão reunindo veterinários, técnicos, acadêmicos e agentes de extensão rural, com atuação no setor público e na rede privada, para nivelar informações sobre a incidência do parasita, identificação dos sintomas e sinais clínicos para o trato indicado aos animais.
Orientações ao produtor rural
Além de notificar o Idaf, ao notar a presença de um dos sintomas da doença nos animais (perda de peso, diminuição da produção leiteira e de carne, fraqueza, entre outros), o produtor deve procurar os profissionais das cooperativas ou médico veterinário responsável pelo rebanho.
A transmissão do parasita acontece por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) e pelas seringas utilizadas para vacinação intravenosa no rebanho, como para a aplicação de ocitocina. Já a vacinação contra febre aftosa, por ser subcutânea, não oferece riscos ao animal.
Outras recomendações:
– Realizar o manejo adequado do rebanho, que inclui a utilização de agulhas e seringas descartáveis para vacinas intravenosas.
– Realizar exames laboratoriais periódicos no rebanho para facilitar a identificação da doença antes mesmo da manifestação dos sintomas e que o gado doente transmita a tripanossomose para os animais sadios.
Identificação da doença
O diagnóstico é feito por meio de hemograma e pesquisa hematológica do parasita. As amostras devem ser mantidas resfriadas (sem contato direto com o gelo) e remetidas a laboratório em, no máximo, 36 horas. No Espírito Santo, há laboratórios que realizam o exame em Vila Velha e João Neiva.