Brasil tem déficit de três mil leitos de UTI neonatais

Em  nenhum estado brasileiro, as condições das UTI's, Unidades de Terapia Intensiva neonatais, atendem os parâmetros ideais, no que se refere aos leitos do SUS, Sistema Único de Saúde.

 

É o que aponta a SBP, Sociedade Brasileira de Pediatria, que divulgou, nesta quinta-feira (5), um estudo sobre os leitos de UTI neonatal públicos e particulares, oferecidos, no Brasil.

 

O levantamento aponta que faltam mais de três mil unidades, em todo o país, para o atendimento de crianças que nascem antes de 37 semanas de gestação e apresentam estado de saúde grave.

 

O secretário-geral da Sociedade Brasileira de Pediatria, Sidney Ferreira, considera a falta de leitos como um problema “gravíssimo”.

 

Quem sentiu essa falta, na pele, foi a dona de casa Jéssica Helena, que teve de acionar a justiça, há cinco anos, para conseguir uma vaga na UTI do Instituto do Coração de Brasília.

 

O filho dela havia nascido com problemas no coração e precisava de internação na UTI neonatal da unidade.

 

Somente depois de 11 dias de nascido a mãe conseguiu o leito, mas o estado de saúde da criança havia se agravado e ela morreu com menos de dois meses de idade.

 

O caso de Jéssica é semelhante ao de outras 69 famílias no Distrito Federal que, somente no ano passado, tiveram de acionar a justiça, para pedir a liberação de leitos de UTI neonatal, segundo dados da Secretaria de Saúde do DF.

 

O órgão conta que há 68 leitos disponíveis na rede pública, mas a situação na capital do país está longe de ser a pior.

 

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que o ideal é de, no mínimo, quatro leitos de UTI neonatal para cada grupo de mil nascidos vivos.

 

Pelo SUS, são mais de 4,5 mil vagas em todo o território nacional, o que representa 1,5 para cada mil nascidos vivos. Somando as vagas disponíveis no serviço particular, a média sobe, mas continua inferior a três leitos para cada mil nascidos vivos no Brasil.

 

Abaixo dessa média nacional estão 18 das 27 unidades da federação e, a situação é ainda mais grave na região Norte, onde existem apenas 6% de todos os leitos de UTI neonatal do país.

 

E é nesta região que estão os estados com os piores índices relacionados à atenção a bebês prematuro: 1,1 leito para cada mil nascidos vivos, no Acre, Amapá, Amazonas e Roraima.

 

Sidney Ferreira destaca que a ausência de leitos para prematuros em estado grave afeta, principalmente, as famílias pobres, que dependem do SUS.

 

Ele lembra a importância da disponibilidade imediata das unidades, para salvar a vida dos bebês ou evitar sequelas.

 

Do outro lado do problema, a região Sudeste ocupa mais da metade das vagas, de todo o Brasil, em números absolutos.

 

O Rio de Janeiro possui a maior taxa nacional: são 5,2 leitos para cada mil prematuros. De acordo com a SBP, nascem, no Brasil, quase 40 prematuros por hora, o equivalente a 900 por dia.

 

Em nota, o Ministério da Saúde argumenta que o déficit de três mil leitos no país se refere a apenas um serviço analisado e que não há parâmetros definidos pela Organização Mundial de Saúde, sobre o assunto.

 

O órgão ainda explica que a quantidade de leitos é definida pelos estados e municípios e que o número de leitos de UTI neonatal fornecidos pelo SUS aumentou 10%, nos últimos quatro anos.

 

Fonte: Agência Brasil

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