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Café com certificação, dinheiro na mão

Sexta-feira (26), na Casa do Café em Venda Nova, a Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo- Pronova entregou 14 cheques referentes à primeira venda de café certificado saído da região. O clima era de otimismo entre os 14 produtores contemplados.

Depois de promover uma série de transformações na propriedade e na sua postura em relação ao meio ambiente, esse grupo conquistou a certificação Fair Trade- FLO. Um contêiner com 320 sacas embarcou para a Suíça com um valor unitário de R$ 303,00 a saca.

Preocupados com a segurança alimentar, com as condições de trabalho no campo, entre outras questões éticas, consumidores de todo o mundo, principalmente da Europa, exigem um produto de origem rastreada. Esse novo mercado que se abriu ficou conhecido por “Mercado Solidário”.

Ao receberem o pagamento, todos os cafeicultores assinaram um termo de comprometimento com as regras exigidas pela certificadora para continuar com seu produto à venda no Mercado Solidário.

“Estamos comprometidos com os nossos cooperados. O segundo contêiner já está na Abic, de onde sairá ainda este mês para a Inglaterra via Mercado Solidário”, anunciou Evair de Melo, degustador e coordenador do concurso Cafuso UCC, durante a entrega dos cheques. “A idéia é que todo mundo ganhe”.

Evair destacou o pioneirismo dos vendanovenses Ivan Caliman, Máximo Lorenção e Félix Falqueto, sócios-fundandores da Pronova, principalmente pela persistência no setor. “Quando vendemos café pela primeira vez para uma torrefadora estrangeira, não sabíamos no que ia dar. Lembro que ganhei dinheiro de primeira. É preciso acreditar e arriscar e foi isso que fiz com a certificação”, declarou Máximo.

O cafeicultor Carlos Alberto Altoé, outro que ganhou com a primeira venda, destacou a limitação do mercado antes da certificação. “A certificação nos abriu outros mercados”. Já Renata Rigo, de Conceição, disse acreditar que a tendência é progredir. “Todos estão se organizando. Não há como regredir”.

De acordo com Pedro Carnielli, presidente da Pronova, a cooperativa pretende comercializar de 2.000 a 3.000 sacas por ano no Mercado Solidário. O preço por libra, pré-estabelecido em dólar, é de US$ 1,25. Ao comercializar por meio deste canal, o produtor tem garantido um preço mínimo, independente da cotação da moeda americana.

“Consolidamos um objetivo que perseguíamos há tempos e hoje, diante do contentamento dos nossos cooperados, a Pronova sabe que está no caminho certo”.

Programa

Coordenado pela Pronova numa parceria com o governo do Estado, Incaper, Prefeitura de Venda Nova e Sebrae, o Programa de Certificação e Rastreabilidade começou em abril de 2006 e tem como meta incluir mais 50 propriedades até o final de 2007. Um engenheiro agrônomo e uma bióloga foram contratados para essa missão.

Ao implantá-lo, o objetivo da Pronova é conceder um selo de qualidade para o café das montanhas e, ao mesmo tempo, melhorar a gestão das propriedades, proporcionando às mesmas: padronização, qualificação, adequação à legislação brasileira e à produção de café sustentável. A cooperativa já possui a certificação Fairtrade e segue também o Código de Conduta da Utz Kapeh, da Guatemala.

* Por Leandro Fidelis

*Publicada em 30/01/2007

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