Café das montanhas se consolida e gera novos negócios em feira nos EUA

Independente da variação do mercado e de outros fatores que interferem diretamente na agricultura, a Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo- Pronova tem como meta garantir mercado para os grãos especiais nos próximos 15 anos. Isso significa um comércio mais direto com os compradores, em especial os estrangeiros, cada vez mais interessados na qualidade do produto da região.

 

Após sua quinta participação na Feira Americana dos Cafés Especiais- SCAA, de 11 a 15 de abril, em Boston (EUA), o presidente da Cooperativa, Pedro Carnielli, afirma estar mais seguro para novos negócios, tendo em vista a consolidação dos cafés arábica das montanhas como um produto diferenciado aos olhos dos investidores internacionais. Durante o evento, o café de qualidade da serra capixaba esteve no foco e abriu possibilidade de contratos futuros.

 

Os grandes destaques foram as degustações promovidas pelas empresas participantes da feira, que contaram com a participação de cafés brasileiros, entre eles amostras campeãs do 1º Concurso de Cafés Certificados- Fair Trade do Brasil- do 5º colocado Valdeir Tomazini, de Castelo; e do vencedor Marcos Marchioro, de Vargem Alta – e do Prêmio de Qualidade dos Cafés Arábica das Montanhas Capixabas, realizado em março. Graças a essa exposição, a Pronova está fechando a venda, para os próximos meses, de três a cinco contêineres para a americana "Green Mountain".

 

"Chegamos a um ponto em que o café da nossa região fala por si só, pois trata-se de um produto único. Mostramos para as empresas e torrefadoras com clareza o que fazemos no Espírito Santo. Existe um mercado se abrindo com mais firmeza, e, independente do preço, a qualidade está garantida e nosso café vai ter saída", diz Carnielli.

 

Essa perspectiva maior para o café local vem da valorização assegurada nos últimos anos. Cafés dos lotes campeões do Prêmio de Arábica e do Concurso de Cafés Fairtrade do Brasil, por exemplo, garantem ágio superior por saca. Só para se ter uma ideia, os lotes finalistas do concurso cuja premiação ocorreu mês passado, em Venda Nova do Imigrante, já haviam sido vendidos em fevereiro.

 

Para os vencedores do Prêmio de Qualidade dos Cafés Arábica das Montanhas Capixabas, as sacas foram vendidas a R$ 500,00, enquanto os vencedores do Concurso de Cafés  Fairtrade do Brasil venderam as sacas por R$ 570,00 (Tomazini) e R$ 1.200 (Marchioro). O valor depende da nota dada pelos compradores. "Isso estimula ainda mais a produção da qualidade. Notas acima de 83, média levada em consideração, chegam a triplicar a quantidade de sacas vendidas. É o preço se adequando à qualidade", completa o presidente da Pronova.

 

Em setembro de 2012, três compradores americanos vieram experimentar os cafés da Pronova e comprá-los. Na ocasião, eles adquiriram 16 lotes de cafés finos das montanhas capixabas. Esse comércio mais próximo, seja aqui ou indo direto até o comprador do outro lado do continente, é uma ponte construída pela Cooperativa para seguir adiante, sem a chance de voltar.

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