Cafés especiais da serra capixaba chamam a atenção de exportadores

Fernanda Zandonadi
fzandonadi@gmail.com

 

Criar um elo entre o produtor e o consumidor de cafés especiais. Essa é a proposta da chamada "Viagem à Origem", uma excursão que trouxe, às montanhas do Espírito Santo, oito dos mais renomados baristas do mundo.  Profissionais dos Estados Unidos, Japão, Itália, Taiwan e Canadá estiveram em propriedades de Venda Nova do Imigrante a fim de conhecer o modo de produção do café de alta qualidade. A visita, que aconteceu por meio da Pronova/Coopeavi, foi promovida pela trading do grupo Montesanto Tavares, Ally Coffee, que atua como importadora de café nos Estados Unidos e Europa,  Atlântica Coffee, Cafebrás e InterBrasil Coffee. 

 

"O Espírito Santo é um lugar diferenciado, especial, com cafés de alta qualidade e muito conceituados lá fora. Trouxemos para cá os melhores torradores e baristas dos Estados Unidos e do mundo. E é uma relação de interdependência que tende a dar certo. O produtor precisa desse contato com o consumidor final e eles também precisam de bons cafés. Trazer os principais ícones do café mundial às serras capixabas mostra o poder dessa relação. Sem dúvida, essa parceria dará a possibilidade de valorização e melhor preço aos produtos daqui", explicou  Bruno Tavares, CEO da Ally Coffee. 

 

Baristas renomados estiveram nas montanhas do Espírito Santo para conhecer produtores de cafés especiais

 

Segundo Douglas Cal Martins, responsável pelos setores de qualidade e comercial da Ally Coffee, essa parceria é importante por dispensar atravessadores. Na prática, ao invés de diluir o dinheiro da venda por uma cadeia de comércio, a transação será feita entre produtores, representados pela cooperativa Pronova/Coopeavi, e exportador, no caso, a Ally. E quem sai ganhando é o produtor, que encontra preços melhores por sua produção.

 

"É mais dinheiro no bolso do produtor. Uma saca de café especial sai, em média, R$ 300 mais caro do que uma saca de café comum. Na cotação atual, podemos falar de algo em torno dos R$ 750 a saca. E há muita demanda por esse produto. Em 2015, exportamos quatro contêineres de produtos, sendo que um era da Pronova. Para o ano que vem, projetamos vender oito contêineres, mas se tiver mais produto, há demanda. Por isso estamos trazendo os compradores, para mostrar ao produtor que há mercado, há gente querendo o produto deles", ressalta Martins.

 

Questionado de qual o motivo de o café das montanhas do Espírito Santo ser tão especial, Martins explica: "o solo rochoso desta região dá um sabor especial aos cafés, o solo é diferente e a bebida tem sabor de flor de laranjeira", completa. 

 

Duas décadas de caminhada

 

A história dos cafés de qualidade das montanhas do Espírito Santo já tem duas décadas de caminhada. Produzir um grão especial depende  de técnicas apropriadas de colheita e pós-colheita, que pouco influenciam no preço de produção. Planejamento é a palavra-chave.  "Este projeto começou há  20 anos e mostra que, com  um bom trabalho, há resultado. É um processo de persistência e aprendizado e que se consolidou ao longo do tempo. Deixamos de vender apenas café e passamos a vender uma marca, um conceito", explicou o deputado federal Evair de Melo, um dos apoiadores do projeto Café das Montanhas do Espírito Santo.

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