Caixa Econômica de Domingos Martins ocupada pelo MPA

“Agronegócio só traz pobreza. Queremos para o mundo agricultura camponesa”. O refrão, entre outros, foi repetido dezenas de vezes pelos 140 componentes do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) que ocuparam a agência da Caixa Econômica Federal (CEF) de Domingos Martins, na manhã e início da tarde desta segunda-feira.

Os trabalhadores rurais permaneceram no compartimento anterior, onde se encontram os caixas eletrônicos da agência da CEF e impediram o ingresso de clientes ao atendimento interno da instituição financeira. Os agricultores pertencentes ao MPA deixaram as lavouras para reivindicar as ações habitacionais a favor da classe trabalhadora rural que alegam ter direito.

Um documento foi entregue à gerência e no mesmo momento foi encaminhado à direção nacional da CEF e Ministério das Cidades. Na pauta de reivindicações destacam-se a facilitação ao acesso das famílias camponesas à recursos para habitação e prazos de até 20 anos para quitação dos investimentos para habitação.

Destacam-se ainda um pedido de valores compatíveis com os custos, a implantação de um programa de financiamento de 200 mil novas moradias no Brasil e juros de 1% ao ano. O coordenador do Grupo de Base do MPA, Moacir Firmino, informou que o movimento do grupo é nacional, nesta segunda-feira.

A movimentação, segundo ele, busca atrair a atenção dos governos Estadual e Federal no tocante à implantação de uma política habitacional voltada para a família camponesa. “A atenção é mais voltada para os centros urbanos e nós ficamos no abandono”, reclamou.

Durante o movimento, os clientes ficaram inconformados com o fechamento das portas de entrada para atendimento ao público. Não faltaram reclamações. “Em alguns casos a coordenação explicou às pessoas o que acontece. Muitos clientes passaram para o nosso lado”, disse satisfeito o Moacir Firmino.

Firmino ressaltou que em 2002 foi elaborado um programa para construções de unidades habitacionais para o campo. “No Espírito Santo foram construídas somente 750 casas. Impossível. Os governos do Estado e Federal não saíram com o projeto do lugar. É ínfima a quantidade em relação ao necessário”, disse.

Leomar Lírio, que pertence ao grupo de coordenação, informou às 13 horas, que uma resposta viria de Brasília em relação à reivindicação nacional do MTA. “Por enquanto vamos permanecer no interior da agência da CEF. Ninguém passará sobre os nossos irmãos. Estamos cantando e essa alegria retrata a união da nossa classe em busca dos nossos direitos”, disse Leomar.

Durante o período de permanência até a saída da equipe de reportagem do Folha Vitória os componentes do grupo realizaram a entrega do documento ao gerente da agência da CEF, cantaram e almoçaram. No local havia famílias inteiras, inclusive com crianças de colo.

* Fonte: Folha Vitória

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