* Por Leandro Fidelis
A alegria da chegada do fim de semana deu lugar ao susto para cerca de 40 estudantes nesta sexta-feira (7) em Venda Nova, Região Serrana do Estado. O transporte escolar da Prefeitura, que os levava para casa, foi atingido por um caminhão na BR-262 quando tomava o acesso para o bairro Tapera, na saída da cidade para Vitória. O estado mais grave é o do carona do caminhão, que sofreu uma pancada forte na cabeça e foi transferido para o Hospital São Lucas, na capital.
O acidente ocorreu por volta das 11h30. Os passageiros, dentre crianças e adolescentes das escolas públicas Jardim de Infância Antônio Roberto Feitosa, Liberal Zandonadi, Domingos Perim e Fioravante Caliman, além de alunos da Apae e uma mulher que pegou carona, são moradores da Tapera e da Providência.
O ônibus placas HOO 7241- Venda Nova tinha acabado de embarcar os alunos do turno da manhã e seguia no sentido Vitória. O motorista Deusdete da Silva, de 46 anos, teria aguardado no acostamento para virar à esquerda e não viu o caminhão da transportadora Expresso Miranda, placas MAQ 6605- Joinville, Santa Catarina, que vinha no sentido Venda Nova, se aproximar.
O caminhão atingiu a lateral do ônibus, que tombou impedindo o trânsito num dos lados da pista. Houve pânico e despero no interior do veículo. Populares e motoristas que passavam no momento ajudaram a socorrer os passageiros até a chegada das viaturas da Polícia Militar e das ambulâncias. Jean, do banco carona do caminhão, ficou preso às ferragens. O motorista Dovalino Bravim, 60, sofreu ferimentos leves.
Eu estava em pé perto do motorista porque já estava chegando no ponto onde eu desço. O caminhão tentou frear, mas não conseguiu evitar a batida”, relatou Ariely Fardim, de dez anos.
Pablo Pedro Schumaker, 16, também dá sua versão do acidente: Vi muitas crianças ensanguentadas e chorando. Fiquei tonto na hora e tudo parecia um sonho.
Os estudantes foram atendidos no Hospital Padre Máximo- HPM. Os pais ficaram sabendo do acidente através da Secretaria de Educação e passaram o início da tarde na portaria do hospital em busca de notícias. Muitas crianças foram liberadas ainda pela manhã. Ninguém ficou ferido gravemente. A secretária de Saúde Leileane Scheidegger tentou tranqüilizar os parentes das vítimas do lado de fora do hospital.
Até por volta das 3 da tarde, algumas crianças continuavam em observação no hospital. Mãe de um dos passageiros, a lavradora Teresa Rodrigues, 38, estava revoltada. Providências devem ser tomadas com urgência. Este trajeto é muito perigoso. Andar a pé é mais seguro, disse.
Já o motorista profissional Arnaldo da Conceição, 37, pai de uma das crianças, acredita que o acidente ocorreu por descuido do motorista. Quando os passageiros são crianças, o cuidado deve ser redobrado. Os motoristas da Prefeitura não são preparados, nunca fizeram cursos.
Em 2007, um ônibus da Prefeitura que também levava crianças para Tapera tombou num barranco numa estrada vicinal da localidade.
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