* Leandro Fidelis
No ano em que se comemora o centenário da compra da Fazenda do Centro pelos padres agostinianos, o Instituto Frei Manuel Simón- IFMS, de Castelo, Sul do Estado, vai reinaugurar na primeira quinzena de junho a capela anexa ao casarão. A data ainda não foi definida. A solenidade contará com missa e apresentações culturais.
A capela San Tomaz de Vila Nova foi construída junto com o casarão, em 1845. Toda a estrutura é de madeira. Nos próximos dias, serão finalizados o forro, a esquadria e a pintura. O objetivo é tornar o local frequentado e procurado para bodas, batizados e outros acontecimentos religiosos.
A previsão da entrega da obra da capela é para maio. Por meio de um convênio com a Secretaria de Estado da Cultura, foram investidos até agora em torno de R$ 237 mil.
A Fazenda do Centro fica a 12 km da sede de Castelo e apenas a 2 km da rodovia estadual ES-166, que liga o município a Venda Nova. O projeto propõe realizar ações direcionadas para o resgate histórico e conservação do imóvel, sua ocupação para atividades que visem a sua revitalização e funcionalidade de acordo com o interesse da comunidade.
O desenvolvimento sustentável do Vale do Rio Caxixe, incluindo projeto de preservação ambiental, telefonia rural, asfaltamento da Rodovia Pedro Cola a Alto Caxixe, colocação de antena para recepção de TV Local, instalação da Escola Família Agrícola, Memorial da Cultura Negra e Italiana, centro de convenções, criação da Farmácia Fitoterápica, pousadas e muitos outros também fazem parte dos objetivos do IFMS.
História
A Fazenda do Centro foi construída pelo Major Antônio Machado Vieira da Cunha e é considerada uma das mais importantes do interior do Estado. O seu nome teve origem devido à sua posição geográfica, que fazia dela um centro de encontro anual de fazendeiros para comemorações religiosas e culturais, festas e reuniões de caráter econômico.
A Fazenda do Centro foi um grande marco para o desenvolvimento econômico da região, utilizando a mão-de-obra escrava, onde mantinha na época elenco de artistas, para teatro e música (composto também por escravos). Com a abolição do trabalho escravo, muitas fazendas entraram em declínio e mais tarde, com o inicio do processo da imigração européia, principalmente de origem italiana, a fazenda assume um aspecto de colônia de etnias.
Por volta de 1909, Padre Manuel Simón, da Ordem dos Agostinianos, pároco das Províncias de Guarapari, Anchieta e Alfredo Chaves, trouxe muitas famílias para conhecer a fazenda, semi-abandonada. A Ordem, com necessidade de ampliar o número de Paróquias e assentar as famílias de imigrantes da região de Alfredo Chaves, decide comprá-la, em parceria com José Mariano, com seus 1.542 alqueires de terra, bem como os maquinários, casas e benfeitorias. Mais tarde José Mariano deixa a parceria.
Hoje o Casarão da Fazenda do Centro é administrado pelo Instituto Frei Manuel Simón de acordo com o Contrato de Comodato com a Sociedade Agostiniana de Beneficência e Educação (* Fonte: IFMS)