*Leandro Fidelis
Depois da tempestade, mais problemas em Castelo, Sul do Estado. O município, devastado pela enchente de 22 de janeiro, tem 20 casos suspeitos de leptospirose, todos de moradores que tiveram contato com a água naquele dia. O mais grave é de um homem de 51 anos que foi transferido para Cachoeiro, na madrugada desta sexta-feira (5), com infecção generalizada.
J., cuja identidade a superintendência da Santa Casa de Misericórdia de Castelo pediu para não ser divulgada, chegou à unidade com dores no corpo e febre alta. O hospital não soube dar mais detalhes do estado de saúde do paciente.
Os 20 casos foram notificados a partir do último dia 23, na Santa Casa. De acordo com a enfermeira Bruna Jubine Calegari, responsável pelo controle de infecção hospitalar, dez pacientes já receberam alta, oito continuam internados, dois foram transferidos e um aguarda vaga em hospital de Cachoeiro, a 38 km. Nosso hospital não tem suporte para internar todos os pacientes. Só ontem foram 107 atendimentos com suspeitas de leptospirose no pronto-socorro, disse.
Em todos os casos, os moradores apresentaram quadro semelhante de dores de cabeça e no corpo, febre alta e diarréia. Como não há casos confirmados, a Secretaria Municipal de Saúde não classifica as suspeitas como surto da doença.
Segundo Cristina Casagrande, da Vigilância Epidemiológica, as primeiras amostras de exames foram encaminhadas hoje ao Laboratório Central do Estado, o Lacem. Devido à grande demanda, o laboratório ainda não nos informou a data dos resultados. Ainda de acordo com ela, durante o ano a média é de um a dois casos de leptospirose no município.
Saiba mais
Durante os temporais e inundações, a bactéria leptospira, presente na urina do rato, se espalha nas águas, invade as casas e pode contaminar, através da pele, os que entram em contato com áreas infectadas.
O rato é considerado o principal transmissor da doença. Os roedores domésticos mais comuns, que levam a leptospirose ao homem, são o rato de telhado (ou de forro, o rattus rattus). A ratazana (aquela de praia ou de esgoto) e o camundongo (o mus musculus).
A contaminação no homem se dá principalmente quando existe alguma lesão ou mucosas. A longa permanência da pessoa na água favorece a penetração da bactéria pela pele limpa, sem ferimentos. Os locais, onde o contágio acontece, normalmente são beiras de córregos, galerias de esgoto e terrenos baldios.
Muitas vezes, a leptospirose é confundida com doenças como gripe e, principalmente, hepatite. Os sintomas são muito parecidos: dor de cabeça, dor muscular, febre alta e mal-estar. Um sintoma que diferencia a leptospirose de outras doenças é a insuportável dor na batata da perna. Muitas vezes, o doente não agüenta ficar de pé.
Em alguns casos, o doente pode ter icterícia (cor amarelada da pele). A leptospirose também provoca alterações no volume e na cor da urina, que muitas vezes fica mais escura. Apenas um especialista saberá diagnosticar e tratar o problema. Normalmente, quando curada, a doença não deixa seqüelas.
As medidas se baseiam no controle dos roedores e para melhorar o meio ambiente – habitação protegida das águas da chuvas, saneamento básico e cuidados especiais com o lixo, principal alimento do rato. Também deve-se tratar esgotos e galerias por onde passa a água das chuvas, saneamento básico e cuidados especiais com o lixo (* Fonte: Internet).