A forte chuva que atinge os municípios do interior do Espírito Santo afetou 32 mil pessoas e deixou 261 desabrigados e 2.780 desalojados em dez cidades. Esse é o balanço divulgado neste domingo (06) pela Defesa Civil Estadual. Pelo menos 1,6 mil edificações foram danificadas.

Em Afonso Cláudio, o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço, informou que há uma suspeita de morte por afogamento por conta das fortes correntezas do rio Guandu, que transbordou. Essa seria a segunda morte registrada por conta das chuvas. Ontem (05), um bebê de onze meses morreu soterrado após deslizamento de terra em Brejetuba.

Ferraço sobrevoaria neste domingo (06) os municípios atingidos para dimensionar o estrago causado pelas chuvas. No entanto, o mau tempo obrigou o vice-governador a percorrer as localidades de carro. “O momento é de muita preocupação e de muita tristeza. Nossa preocupação atual é com o ser humano. Para que não faltem às pessoas desabrigadas alimento, água potável, cobertor e colchão. Com as águas baixando e em parceira com a Defesa Civil faremos a avaliação de danos materiais e vamos estar presentes junto com os municípios para socorrê-los”, disse Ferraço.

Equipes da Defesa Civil Estadual atuam nos locais prestando assistências às famílias de áreas afetadas. Em Brejetuba, ainda há alagamento generalizado e queda de barreira na altura da BR-262. Foi o único município do país que teve o Enem cancelado devido às chuvas.

Em Afonso Cláudio, o Rio Guandu transbordou e deixou o centro da cidade debaixo de água e provocou estragos em residências e pontos de comércio. Um restaurante desabou na tarde deste sábado. O vice-governador está na cidade acompanhando os estragos com o prefeito do município, Wilson Costa.

No município de Laranja da Terra, o abastecimento de água está suspenso, o Rio Guandu subiu dez metros deixando duzentas pessoas desalojadas. Os bairros mais afetados são a Sede e o Distrito de São Luis de Miranda. Em Ibatiba, houve registro de alagamento generalizado em Córrego da Cambraia, na Chácara do Alvarino. Mil pessoas tiveram que deixar as suas casas.

Em Venda Nova do Imigrante, há uma represa em risco de rompimento em São José do Alto Viçosa e pontos de alagamento pela cidade. No município de Marechal Floriano, o rio subiu três metros e um prédio corre risco de de desabar.

Em Castelo, o rio que leva o nome da cidade subiu cinco metros e alagou 13 bairros da zona urbana. No município de Domingos Martins, o muro de contenção da pousada Eco da Floresta desabou e houve registros de alagamentos em São Bento do Jucu e Ponto Alto.

Rio sobe sete metros em Conceição do Castelo

Conceição do Castelo também contabiliza prejuízos com a chuva que atinge o estado. Segundo o coordenador da defesa civil do município, Abel Lopes, o Rio Castelo está 7 metros acima do nível. Há 900 desalojados na cidade e 70 desabrigados estão no ginásio de esportes.

” As ruas próximas ao centro e os bairros Pedro Rigo e Arthur Soares já estão com bastante água. Quatrocentas residências estão com água, assim como 13 prédios públicos. Cerca de 3 mil pessoas foram afetadas” disse.

O coordenador informou ainda que a situação é complicada também no interior. Barreiras caíram e as localidades de Monforte e Mata Fria são as mais atingidas. “Nós já avisamos o município vizinho, Castelo, porque esta água toda desce para lá”, finalizou.

Neste domingo (06), equipes da Prefeitura consertaram as pontes do hospital e do bairro Arthur Soares e as famílias desalojadas começaram a voltar para suas casas (* Gazeta Online e Redação FMZ).

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