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* Leandro Fidelis
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As chuvas da primeira quinzena de agosto prejudicaram a produção de morango na Região Serrana do Estado. Devido à umidade, um grande volume da fruta foi acometido pela doença conhecida como “mofo cinza” nos municípios de Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins e Santa Maria de Jetibá. Em Venda Nova, a Secretaria Municipal de Agricultura calcula um prejuízo de R$ 300 mil.
Nessa região, que concentra os maiores produtores de morango do Estado, choveu por praticamente 15 dias. A perda chega a 70% nas plantações em que as frutas estão amadurecendo nesta época do ano, como é o caso de Venda Nova. “O município tem 60 produtores de morango que, juntos, já perderam mais de 75 mil quilos da fruta”, afirma o secretário Municipal de Agricultura, Sávio Fileti.
Segundo Fileti, a Prefeitura está apoiando os produtores disponibilizando tratores para preparar terrenos, além de mudas de qualidade com custo menor. “Infelizmente, não temos condições legais de sanar o prejuízo com a produção.”
A coordenadora do polo de morango do Incaper, Cintia Bremenkamp, explicou que o produtor que não usou o túnel (plástico usado como cobertura para proteger a plantação da umidade), realmente teve algum prejuízo com as últimas chuvas. “A nossa orientação é que o produtor utilize a cobertura plástica sempre que houver previsão de chuva, para evitar prejuízos”, disse.
De acordo com o gerente técnico das Unidades Regionais da Ceasa/ES, Marcos Antonio Cossetti Magnago, ainda não houve alteração imediata na oferta e nos preços do morango. "Temos a informação sobre os problemas que aconteceram nas últimas semanas, mas esses reflexos podem vir mais na frente caso as plantas ainda em formação tenham sido afetadas, o que comprometeria a produção.”
Em Santa Maria de Jetibá, maior produtor de morango do Espírito Santo, a cooperativa Garrafão Fruit, que mantém uma fábrica de polpas no distrito de Garrafão, encontrou uma solução para aproveitar a fruta acometida pelo fungo. Cerca de 20% da produção atingida passou por uma lavagem com desinfetante antes de ser processada.
“Aqui foi quase uma semana de chuva direto. A fruta só fica livre da mancha característica da doença se não ficar estocada por muitos dias”, disse Edimilson de Abreu, presidente da Garrafão Fruit, que reúne 114 produtores de morango. Segundo ele, o reaproveitamento por meio da lavagem não compromete a qualidade da fruta e não oferece riscos à saúde humana.