Em 2001, um grupo formado por três atores baianos resolveu montar um espetáculo que discutisse aspectos da cultura afro-brasileira, com o olhar da comédia. Surgiu então Pretas Por Ter, um espetáculo onde duas negras professoras disputam o poder numa sala de aula, e que o público de Venda Nova poderá conferir nos próximos dias 30 de abril e 1º e 2 de maio, no teatro da Amena- Casa da Cultura.
A história se desenrola no dia em que uma professora adoece e precisa ser substituída. Altair é designada para substituí-la e Marlene, inconformada, decide atrapalhar os planos da outra utilizando toda sorte de artimanhas e interferindo o tempo todo na aula.
O estilo baiano de fazer humor marcado pelo teor cítrico e a irreverência são os grandes chamariz. Outro motivo é a forma inovadora de promover o espetáculo. Também o texto de Alberto Damit que, recheado de referências aos costumes e tipos baianos, foi construído a partir de pesquisas sobre o comportamento preconceituoso do negro para com o próprio negro e na narrativa faz uso da comédia como veículo de reflexão.
A construção das personagens é outro ponto alto da encenação. Em quase todas as sessões as pessoas reconhecem na professora Altair, alguma professora que já teve, com as mesmas características conservadora, ortodoxa e cheia de manias pedagógicas ultrapassadas e na Marlene que é orientadora disciplinar popular, totalmente consciente de sua condição racial, figuras popular da sua cidade. Os reflexos do sucesso chegaram a São Paulo, cuja montagem com atores paulistas, obteve igual sucesso.
A companhia
Muitos foram os motivos para criação da Companhia Baiana de Risos: o gosto pelo teatro, o desejo de promover um trabalho que ampliasse nossas possibilidades de atuação, mas acima de tudo à vontade de usar nossa arte como ferramenta de discussão e mudança sócio-cultural. Sabemos o que uma voz em destaque pode fazer e temos certeza do que um bando de gente pensando do mesmo jeito pode conseguir.
A Companhia Baiana de Risos atua dentro e fora do palco, desde 1990. Em cena nossas galhofas são consumidas e refletidas, fora dela somos cientistas bisbilhoteiros fazendo da atitude alheia uma fonte de estudo.
Durante cinco anos propusemos essa bisbilhotagem em tudo que fosse mérito também num artista. Trabalhamos com personalidades de diversas áreas de artes, buscando sempre o aperfeiçoamento e a compreensão do fazer teatro.
O projeto Pretas Por Ter foi inicialmente criado para ser um drama-dialético que buscasse na própria atitude discriminatória, a consciência sobre o comportamento dos agentes do preconceito. Durante os estudos para a montagem, percebemos que o humor imprimia parte do comportamento da ação preconceituosa, e que nosso alcance seria maior se utilizássemos o mesmo humor como antídoto.
Para 2010, a Companhia está preparando a montagem de Julieta Dendê, uma adaptação de Romeu e Julieta, que será realizada com três atores da companhia sob a direção do consagrado Amir Hadad
Ficha Técnica:
Texto
Alberto Damit
Direção
Marco Antonio Lucas
Elenco
Jomir Gomes (Profª. Altair)
Anderson Sarayva (Marlene)
Weslley Brito. (Merilin)
Cantor Xanddy (Off como Diretor)
Figurinos
Bianca Raimond
Cenário
Luciana Lakaster
Fotografia
Renato Neto
Assessoria de imprensa
André Firmino
Programação Visual
Galera.com
Produção Executiva
Weslley brito
Direção de Produção
Alberto Damit
* Serviço:
Peça teatral “Pretas por Ter”
Dias 30 de abril (sexta-feira), 1º de maio (sábado) e 2 de maio (domingo)- às 20h30- Amena- Casa da Cultura de Venda Nova
Ingressos: R$ 10,00 (antecipado), R$ 20,00 (na hora) e R$ 15,00 (antecipado-casal)- Mais informações: (28) 3546-1425