Uma nova marca, um novo movimento feminino ligado ao cooperativismo e ao empreendedorismo. No último dia 02 de agosto, a Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo – Pronova, de Venda Nova do Imigrante, apresentou à comunidade de Bateia, na zona rural de Castelo, o grupo "Mulheres à Luta", formado por 12 moradoras da localidade. A cooperativa vendanovense teve importante papel na formalização do grupo de mulheres, que agora querem um local para fabricar produtos à base de café.
Foto: Reprodução/Asscom Pronova |
A apresentação foi durante a 11ª Festa do Café Arábica de Bateia, região do interior de Castelo famosa pela produção de cafés especiais, que aconteceu de 31 de julho a 02 de agosto, no Galpão Comunitário da comunidade, distante 25 quilômetros da sede do município, no Sul do Estado. O grupo surgiu quando aconteceu a primeira festa, em 2004. Na época, a economista doméstica Rita Zanúncio, do Incaper, ministrou um curso de culinária de café.
"Nos últimos dez anos, nos limitávamos a fazer doces de café para vender na festa. Com o passar dos anos, vimos que, juntas, poderíamos atuar além deste evento", diz a agricultora Edineia Pires Sartori Fioresi, uma das mulheres do grupo.
O primeiro passo das mulheres para se unirem foi pedir apoio ao cafeicultor Valdeir Tomazini, cooperado da Pronova. Escolhido como padrinho do grupo, ele recorreu à equipe da cooperativa em busca de orientação para um projeto que fortalecesse o movimento feminino na Bateia.
Encontros ajudaram as mulheres a se verem como grupo – Foto: Reprodução/Asscom Pronova |
Em 2013, a gerente de certificação da Pronova, Jackeline Donna, e a auxiliar administrativa Edinea Behrend se reuniram com as mulheres e decidiram elaborar um projeto para apresentar à OCB/Sescoop/ES. A entidade reúne e capacita várias cooperativas.
De acordo com Jackeline, a OCB acatou a proposta e contratou a consultora Andrea Salerno para um programa de formação de lideranças na comunidade. Foi a partir de quatro encontros bimestrais, o último em 05 de agosto, que surgiu o nome "Mulheres à Luta", o que ajudou na formação da identidade das mulheres. "Até então elas não se identificavam como grupo. Ao se sentirem valorizadas, não só elas ganham, como toda a comunidade", diz a consultora.
Para Salerno, as mulheres de Bateia vivem uma quebra de padrões, pois lideram mudanças dentro da comunidade. "Ainda vivemos em uma sociedade machista e na zona rural ainda é forte essa relação. Mesmo assim, as mulheres mostraram a todos que o grupo existe e que para as atividades acontecerem, é preciso que toda a comunidade se envolva e as apoie".