A falta de chuva, o clima seco e as altas temperaturas têm aumentado a incidência de incêndios florestais no Estado. Somente no mês dezembro de 2014, 134 ocorrências foram registradas. Em 2015, um incêndio atinge o Parque Estadual da Pedra Azul e outro consome a vegetação em Venda Nova do Imigrante.
O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) está de prontidão para atender a essas ocorrências em todos os municípios do Espírito Santo, mas faz um alerta: a população deve colaborar com o trabalho da Corporação, uma vez que a maioria dos registros são provocados por ação humana e não por combustão natural.
A maioria dos registros são provocados por ação humana e não por combustão natural – Foto: Valdinei Guimarães/Arquivo FMZ |
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“A queima de terrenos e lixos é a principal causadora da propagação do fogo. Nesse período de seca, o problema tende a se agravar. Guimbas de cigarro que são lançadas em áreas secas, especialmente às margens de rodovias, podem provocar incêndios de grandes proporções. Por isso, as pessoas devem tomar cuidado. Os danos ambientais podem ser irreparáveis e o risco a saúde das pessoas, devido à inalação de fumaça, também é grande”, alerta o Capitão Zandonadi, especialista em Combate a Incêndio Florestal.
A fumaça provocada pelos incêndios pode dificultar a visibilidade dos motoristas nas estradas e causar acidentes graves. “A fumaça é uma das propagadoras do incêndio. Ela resseca a vegetação e o calor causa a reignição do fogo, em muitos casos”, explica Zandonadi.
O Corpo de Bombeiros informa que atear fogo em vegetação é considerado incêndio criminoso e pode acarretar na detenção do autor do crime. Dependendo das consequências do incêndio, a detenção pode chegar a quatro anos.
Cuidados para evitar incêndios florestais
O Corpo de Bombeiros Militar alerta à população e recomenda que todos tenham especial atenção com o trato do lixo, não queimando resíduos em terrenos baldios, pois podem propagar as chamas para outros locais. Não descartar resíduos em locais de vegetação, principalmente objetos de uma alta inflamabilidade, também é uma importante medida para evitar incêndios.
Não lance pontas de cigarro pela janela do carro. Devido à baixa umidade no período da seca, a vegetação se incendeia com muita facilidade.
Os incêndios florestais provocados pelo homem matam os animais, destroem a vegetação, poluem cursos d’água, enfraquecem o solo, causam erosões e a fumaça causa acidentes nas estradas e agrava problemas respiratórios.
Para quem pratica o ecoturismo, os bombeiros alertam para o risco de fogueiras e lixo espalhado pelas matas. Não acenda fogueiras e velas próximas a áreas verdes. Acenda fogueiras apenas após limpar a região em volta dela, capinando a vegetação até chegar à terra. Depois do uso, certifique-se de que as brasas estão apagadas e resfriadas. Se possível, enterre o material combustível que sobrou.
A realização de queimadas em vegetação para limpeza de terrenos é proibida em tempos de estiagem e só podem ser feitas com autorização do órgão ambiental responsável e, mesmo assim, devem ser acompanhadas de cuidados como feitura de aceiro (espaçamento sem cobertura vegetal ou desbastado em volta das matas) para evitar a propagação das chamas. O aceiro deve ter, pelo menos, o dobro da vegetação mais alta da área a ser queimada.
Se sua propriedade faz limite com a estrada, contorne toda a extensão do terreno com um aceiro preventivo, com no mínimo dois metros de largura.
Mesmo que você tenha autorização para realizar a queimada, não a faça em dias de muito calor ou vento. Nesta situação, pode ocorrer a perda do controle do fogo, colocando outras áreas em risco.
O mais importante é que os proprietários mantenham sua área reflorestada, aumentando a umidade do local e diminuindo a possibilidade da combustão espontânea.