Cuidado com o ronco! Ele pode ser sintoma de doença mais grave

Apneia obstrutiva do sono precisa ser tratada com equipamento especial – Reprodução/MorgueFile
 

Se você ronca à noite e passa o dia sonolento, irritado e com aquela sensação de que não descansou o suficiente é bom buscar um serviço de saúde e investigar. Estas são as principais queixas de quem sofre de apneia obstrutiva do sono, doença que, se não for tratada, pode levar a problemas como infarto, derrame cerebral e até causar morte.

 A pneumologista Roberta Barcellos Couto explica que a apneia obstrutiva do sono se caracteriza por pausas repetidas da respiração durante o sono, devido ao bloqueio parcial ou completo da via aérea na região garganta.

 “Isso ocorre devido ao relaxamento da musculatura, problema comum em pessoas obesas, quando há acúmulo de gordura na região da garganta, assim como a flacidez provocada pela idade. Outro motivo é o estreitamento do espaço por outras doenças que diminuem o calibre da via aérea como queixo pequeno, adenóide e amígdala grande, problemas mais comuns em crianças e adolescentes”, destaca a médica.

 As paradas respiratórias fazem com que a pessoa acorde a todo o momento, gerando um sono fragmentado e, por isso, de baixa qualidade. Isso faz com que ela se sinta cansada durante o dia todo. A apneia grave é um fator de risco para diversas doenças cardiovasculares.

A pneumologista explica que, com a queda de oxigênio no sangue causada pela doença, o coração acaba trabalhando mais durante o sono, o que aumenta a pressão sanguínea. Em longo prazo, isso pode acarretar pressão alta, infarto, arritmia, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e até diabetes.

Segundo a médica, o diagnóstico é feito mediante avaliação clínica e exame de polissonografia. Para ter acesso ao tratamento, o paciente deve ser encaminhado pelo médico de unidade básica de saúde ou de consultório particular com a indicação de uso do aparelho de Pressão Positiva Contínua na Via Aérea (CPAP) e apresentar laudo do exame de polissonografia. Esse equipamento emite sopro de ar sobre pressão, que entra por meio de uma máscara acoplada ao nariz e impede o fechamento da garganta.

 “Se o exame detectar mais de 30 paradas de respiração por hora de sono, ou seja, uma parada a cada dois minutos, fica caracterizada a apneia obstrutiva grave e o tratamento é o aparelho CPAP. Na maioria das vezes, o tratamento é para a vida toda, mas há casos de pessoas mais jovens e obesas que, ao perderem peso, tiveram o problema controlado e foram liberadas”, observa Roberta Barcellos Couto. 

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