* Valdinei Guimarães
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Verão é a estação de calor e das férias da maioria das pessoas. É a época em que muita gente vai para a praia aproveitar o sol. Mas, o lazer e descanso podem esconder um perigo sério para a saúde. O mesmo sol que deixa aquela corzinha tão procurada nessa estação, também pode causar câncer de pele e doenças em outras partes do corpo, como os olhos. Dermatologista explica que, para prevenir, nada melhor que a sombra.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. Apesar de muito incidente, a doença tem altos percentuais de cura, se descoberta no início. No entanto, prevenir é melhor que curar e os cuidados devem ser tomados no dia a dia.
O dermatologista Roosevelt Tesch explica que somente usar o filtro solar não resolve. “O ideal é que a pessoa se proteja embaixo de uma sombra e que use o protetor solar até sob o guarda-sol, porque 60% dos raios solares são refletidos pela areia da praia e podem afetar a pele”, conta o médico. Também é preciso atenção na forma de aplicar o protetor. “O filtro tem que ser usado com abundância. É preciso passar uma camada espessa na pele antes de sair ao sol e voltar a aplicar a cada duas horas. Se entrar na água ou transpirar muito, precisa passar novamente”, explica Tesch.
Não é só a pele que sofre com os efeitos nocivos do sol. Lábios e olhos também precisam receber atenção. “As pessoas devem usar protetor labial mesmo quando não estão diretamente sob o sol da praia. Os olhos devem ser protegidos com óculos escuros. Se a pessoa não se cuidar, pode desenvolver catarata no futuro”, conta o dermatologista.
Quem tem pele clara deve ter ainda mais atenção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os riscos de ter câncer de pele são maiores para pessoas de pele clara, que tenham sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares, incapacidade para bronzear e pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.
Os efeitos da exposição inadequada ao sol costumam ser percebidos a longo prazo. “O câncer de pele leva 20 anos para aparecer. As pessoas não percebem que estão se prejudicando e só ficam sabendo muito tempo depois, quando precisam de um dermatologista”, conta Tesch.
No site da SBD, é possível descobrir o nível de risto de desenvolver câncer de pele. Para saber seu risco, clique aqui. A entidade também tem uma lista de recomendações para quem deseja curtir o sol de forma saudável. Veja alguns cuidados:
Usar chapéus, camisetas e protetores solares.
Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16h (horário de verão).
Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia-a-dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.